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PMEs usam planos para atrair talentos

Fonte: Valor Econômico

Os fundos de previdência privada lideraram o ranking da Anbima de captação líquida no acumulado do ano até outubro. Captaram R$ 24,14 bilhões no período, superando os multimercados (R$ 19,94 bilhões) e os de renda fixa (R$ 18,10 bilhões). O desempenho da previdência complementar se explica tanto pela crescente conscientização da população economicamente ativa da necessidade de poupar para garantir na aposentadoria renda parecida com a atual quanto pela melhoria geral da renda.

A maior parte dos planos é individual, cabendo aos planos empresariais fatia das reservas estimada entre 10% e 12%. Mas essa correlação está mudando gradualmente a partir da entrada no mercado das pequenas e médias empresas interessadas em atrair mão de obra de qualidade e em retê-la por meio da concessão de benefícios que as diferenciem da concorrência.

Elas já perceberam que plano de previdência complementar é o que mais seduz o empregado. "Em uma economia cada vez mais competitiva, as empresas tentam evitar a todo custo a alta rotatividade do passado, principalmente nos cargos de gerência", explica Cesar Vital, superintendente-executivo de previdência da Zurich - Santander. "Depois do plano de saúde e do seguro de vida, o de previdência é o mais desejado pelos funcionários. Ele reforça os vínculos e sinaliza uma carreira dentro da empresa", agrega Lúcio Flávio de Oliveira, presidente da Bradesco Vida e Previdência, a maior instituição do setor, detentora de uma fatia de mercado de 52,3%.

O segmento de planos corporativos de previdência complementar vive hoje uma segunda onda de expansão. "Há um maior número de empresas do que no passado fechando planos. Mas em termos de volume, não. Porque agora são as médias que procuram oferecer esse benefício aos seus funcionários, enquanto no passado foram as grandes empresas, cujos valores eram bem mais substanciais", diz Alfredo Laila, diretor da HSBC Seguros.

Os planos coletivos têm algumas vantagens sobre os individuais. Como envolvem valores maiores e do outro lado há uma empresa com natural poder de barganha mais pesado, as taxas são mais baixas. "Podemos até cobrar taxas menores porque parte do trabalho de consultoria financeira que fazemos nos planos de pessoa física é assumido pela empresa", diz o diretor da HSBC. Na seguradora, as empresas que apenas montam o plano e não colaboram com aportes são uma minoria, apenas 20% do total.

A fatia das que contribuem sem obrigar o funcionário a fazer desembolsos próprios atinge cerca de 30%. E a metade restante é formada pelas que instituem contribuições compartilhadas, geralmente de um para um, mas com regras de "vesting": o funcionário só terá direito à contribuição compartilhada se permanecer na empresa por um período pré-definido, de cinco a dez anos, por exemplo. Na HSBC, as carteiras compostas por pessoas físicas ainda representam 80% do volume captado. Enquanto as reservas constituídas pelos planos individuais rondam os R$ 8 bilhões, o das pessoas jurídicas atinge R$ 2,3 bilhões.

O superintendente de previdência empresarial da Icatu Seguros, Sergio Egidio, lembra outra vantagem dos planos empresariais. Nos PGBLs, o diferimento de 12% do rendimento bruto pode ser feito mensalmente. Do salário bruto do empregado, a fatia de 12% pode ser abatida diretamente, diminuindo a base de cálculo do imposto. No plano individual, o diferimento só poderá ser feito uma vez por ano, no momento da declaração de rendimentos.

Tarcísio Abreu, gerente de produtos de previdência da Caixa Seguros, prevê para o ano que vem uma expansão de 50% no volume de contribuição feita por planos empresariais. "Há um grande aumento de procura por planos de previdência, não só por parte de pessoas físicas, favorecidas pela reformulação de produtos visando atrair a classe C, como das pequenas e médias empresas", diz.

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