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Ação do BB é beneficiada por oferta de unidade de seguros

Fonte: Valor Econômico

A oferta pública de ações da unidade de seguros e previdência do Banco do Brasil (BB), prevista para este ano e que deve levantar pelo menos R$ 5 bilhões, deve favorecer os papéis da instituição, que atualmente são negociados com desconto em relação aos ativos dos grandes bancos privados.

Hoje, a ação do BB é negociada com múltiplo de preço/lucro (P/L) - um indicador utilizado para medir o tempo de retorno de um investimento - de 6,43 vezes. Para o Bradesco, essa relação é de 12,68 vezes, e no Itaú Unibanco, de 11,23 vezes.

Além de levantar recursos adicionais, a oferta de ações da BB Seguridade - como foi batizada a unidade de seguros - vai contribuir para liberar capital do banco.

A corretora do Itaú Unibanco prevê que a operação representará um aumento de R$ 1 bilhão no capital do BB, o que por sua vez implicaria um ganho de 0,15 ponto percentual no índice de Basileia. O indicador, que mede a capacidade de alavancagem das instituições financeiras, estava em 14,8% no fim do terceiro trimestre - acima do patamar mínimo exigido pelo Banco Central (BC), que é de 11%.

A corretora do Itaú prevê que a nova companhia, avaliada em cerca de R$ 20 bilhões, seja negociada a um múltiplo de P/L de 10 vezes, afirmou a analista Regina Longo Sanchez, em relatório publicado no fim de novembro.

O Itaú recomenda a compra dos papéis do banco e projeta um preço justo de R$ 30 para as ações. Considerando que o ativo da BB Seguridade venha a ser negociado, de fato, a um múltiplo de 10 vezes, a projeção do Itaú é que o papel do BB negocie a um P/L de 4,7 vezes em 2013. O cálculo embute uma estimativa de lucro de R$ 9,654 bilhões para a instituição, excluídas as operações de seguros e previdência.

Os analistas do HSBC também seguem com recomendação de compra para as ações do BB, com preço-alvo de R$ 29,50 para 2013, o que representa um potencial de valorização de cerca de 13%.

Para analistas do Bank of America Merrill Lynch, os recursos levantados com a oferta de ações permitirão ao BB realizar atividades antes colocadas de lado pela instituição. A expectativa é que a oferta de ações seja realizada ao longo do primeiro semestre e seja majoritariamente secundária - ou seja, a maior parte dos recursos irá para o caixa do BB com a venda de participação na nova empresa.

O objetivo do banco com a criação de uma companhia à parte é organizar e dar mais agilidade às parcerias que detém com outras empresas como Mapfre, na área de seguros, Icatu e Aliança da Bahia, no segmento de capitalização, e Principal Financial do Brasil, em planos de previdência.

Entretanto, os analistas do HSBC seguem atentos aos riscos a que o BB incorre, principalmente com o aumento da pressão política. No ano passado, o governo usou os bancos públicos para liderar o movimento de queda das taxas de juros nos empréstimos.

A interferência estatal na indução do crescimento da carteira de crédito do BB, que registrou aumento de 20,5% nos últimos 12 meses encerrados em setembro, e a queda dos spreads criaram impacto negativo para as ações do banco, que fecharam 2012 com alta de 15,7%, abaixo da valorização verificada nos papéis de seus concorrentes.

Para analistas do Barclays, no entanto, o preço das ações do BB já reflete os riscos de um crescimento do PIB e do crédito abaixo das expectativas do mercado. O Barclays tem recomendação de compra para os papéis do BB, com preço-alvo de R$ 32, e avalia que a ação está com preço atrativo em relação aos papéis dos bancos privados.

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