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Brasil será centro de resseguro da Allianz

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

O Brasil será o centro de operações de resseguros na América do Sul do braço de riscos especiais do grupo Allianz, a Allianz Global Corporate & Specialty (AGCS). A companhia acabou de receber o aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuar como resseguradora local, área em que há reserva de mercado de 40% no país e é preciso trazer capital e montar escritório para atuar. Com isso, o país passa a liderar as operações da AGCS na Argentina, Peru e Colômbia.

A companhia já tem licença para operar nesses países, mas os negócios eram feitos via matriz, na Alemanha, basicamente sob demanda de empresas que já são clientes da AGCS e que precisam contratar programas de seguros para as suas operações na América do Sul. Agora, a estratégia passa a ser também oferecer soluções de resseguros de forma ativa, para clientes locais desses países.

"Vamos terminar de montar a equipe no Brasil nos próximos seis meses e depois vamos começar a recrutar pessoas para os escritórios na Argentina, Peru e Colômbia", conta o presidente da AGCS Brasil, Ângelo Colombo. "Até então esses países falavam com a Alemanha. No Brasil, a expertise técnica vai estar mais próxima."

A equipe brasileira será constituída de 45 profissionais de diversos países, que ficarão divididos entre a sede no Rio de Janeiro, situada na Praia do Flamengo, e o escritório em São Paulo, localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, centro financeiro paulistano.

A meta é chegar a um faturamento na América do Sul de US$ 400 milhões até 2015, com o Brasil respondendo por 50% das receitas. A meta é factível, se considerarmos que a operação da resseguradora admitida da AGCS no Brasil, aberta em 2009, teve faturamento de US$ 200 milhões em 2011.

Existem três modalidades de resseguradoras no Brasil: local (que constitui sociedade anônima no Brasil, com capital mínimo de R$ 60 milhões e tem reserva de 40% do mercado); admitida (empresa com sede no exterior, mas com escritório de representação no país, com capital mínimo de US$ 5 milhões), e, eventual (que precisa apenas de um cadastro na Susep).

"Hoje os mercados emergentes representam 9% do faturamento global da AGCS. Em três anos, o objetivo é que essa fatia cresça para 17%", diz o vice-presidente executivo da companhia, Drault Ernany. Em 2011, a AGCS faturou € 5 bilhões.

As sete linha de negócios em que a companhia vai operar são aviação, energia (o que inclui óleo e gás), transporte, engenharia, linhas financeiras, responsabilidade civil e patrimonial. O foco são clientes com faturamento acima de R$ 1 bilhão.

Com a AGCS, que tem capital inicial de R$ 145 milhões, agora são 13 as resseguradoras locais em operação no Brasil. Esse número pode aumentar em breve, uma vez que o BTG Pactual espera autorização para abrir uma companhia local.

A AGCS Brasil solicitou classificação de risco para a agência Standard & Poor's (S&P), que atribui rating global "A" e nota local "AAA". O rating é importante nesse mercado, pois a resseguradora representa um risco de crédito para a seguradora.

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