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Seguradoras aumentam eficiência e lucro

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego e Karin Sato | De São Paulo

                  Ferreira, da BB Mapfre: mais preparada para enfrentar cenário de juros mais baixos

As seguradoras tiveram que colocar em prática o discurso de eficiência operacional alardeado nos últimos anos e que ganhou urgência com a queda maior do que a esperada da Selic no ano passado, o que reduziu o ganho financeiro das companhias.

Algumas das maiores seguradoras do país sacrificaram parte da "produção" para recompor margens e focar no ganho operacional. Os números do quarto trimestre de SulAmérica e Porto Seguro, divulgados nos últimos dois dias, mostram isso. Já o BB Mapfre, que apresentou os resultados de 2012 ontem, mostrou crescimento robusto após passar 2011 integrando suas operações.

"Abrimos mão de crescer no mesmo ritmo que o mercado no segmento de auto, por exemplo, para recompor preço e privilegiar resultado", afirma Thomaz Cabral de Menezes, diretor-presidente da SulAmérica.

Após um 2011 difícil, a SulAmérica entregou um lucro líquido de R$ 260,1 milhões no quarto trimestre, 19,2% maior que em igual período de 2011. A Porto Seguro registrou lucro de R$ 252,2 milhões no período, avanço de 31% na comparação anual. A BB Mapfre registou um lucro líquido recorrente em 2012 de R$ 884 milhões, crescimento de 19,1% sobre o ano anterior.

A palavra de ordem no ano passado foi melhorar a eficiência da operação. Isso pode ser visto no índice combinado - indicador que mede a eficiência operacional da seguradora e quanto menor, melhor. Acima de 100% o indicador mostra prejuízo na operação. Porto e SulAmérica, que haviam fechado 2011 na linha dos 100%, melhoraram a eficiência e fecharam o ano em 99% e 99,4%, respectivamente.

O BB Mapfre, que já trabalhava com uma margem mais folgada, também melhorou o indicador. O índice de eficiência da seguradora encerrou 2012 em 92,4%, uma redução de 1,6 ponto percentual ante os 94% de 2011.




Com isso, para o presidente do grupo BB Mapfre para as áreas de auto, seguros gerais e massificados, Marcos Ferreira, a seguradora está mais bem preparada que seus concorrentes para enfrentar um cenário com taxas de juro mais baixas, pois tem uma dependência menor do resultado financeiro. O resultado financeiro do grupo em 2012 foi de R$ 645,7 milhões, um crescimento de 6,8% na comparação com 2011.

A SulAmérica registrou um resultado financeiro de R$ 158,3 milhões no quarto trimestre, queda de 14% na comparação anual. No acumulado de 2012, o resultado foi de R$ 564,7 milhões, recuo também de 14%. A Porto apresentou um resultado financeiro melhor, com avanço de 1,2% no quarto trimestre (R$ 227,9 milhões) e 8,7% no ano (R$ 945,6 milhões).

Falar em melhorar o resultado operacional de uma seguradora é basicamente saber dar o preço certo para o risco que será coberto em uma apólice, para que o volume de indenizações pagas não inviabilize o fechamento da conta. Os resultados das seguradoras vinham sofrendo ao longo do ano passado com margens comprimidas principalmente na maior carteira do setor, a de automóveis, que viu uma guerra de preços desde 2011.

As companhias subiram os preços ao longo do ano na renovação das apólices e, com isso, melhoraram seus índices de sinistralidade - relação entre a receita e o pagamento de indenizações, que quanto menor, melhor. O índice de sinistralidade da Porto na carteira de automóveis caiu 4,2 pontos percentuais no quarto trimestre, para 56,2%.

Na SulAmérica, a sinistralidade da carteira de auto recuou 4,8 pontos no último trimestre, para 57,1%. A maior seletividade nos negócios, porém, resultou num recuo da receita com prêmios da carteira de 0,1% no período. No ano, a carteira cresceu 3%, enquanto o mercado avançou 16%.

Segundo Marcelo Picanço, diretor financeiro da Porto, o patamar de preços praticado no segmento de automóveis está mais racional. "Essa carteira vinha com margens muito pressionadas de 2011, o que foi agravado pelo aumento da frequência de furto e roubo de carros nos grandes centros do país", diz o diretor, que menciona a queda do resultado financeiro como um terceiro elemento de pressão sobre os resultados da carteira.

Segundo Picanço, a seguradora terminou 2012 com os preços de seguro de automóveis "arrumados". Cerca de 70% da receita da seguradora vêm dessa carteira. "Para 2013 a tendência está melhor", diz, sem fazer previsões mais específicas.

Para compensar o recuo na carteira de automóveis, a SulAmérica focou na carteira de saúde e de planos odontológicos, principalmente para pequenas e médias empresas. A carteira cresceu 15,4% no último trimestre, com R$ 1,9 bilhão em receita. Com isso, a participação do segmento no mix de receitas da seguradora cresceu para 70%, enquanto auto recuou para 20%.

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