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BTG Pactual se arma para brigar no setor de seguros

Fonte; Brasil Econômico

Último passo, anunciado ontem, foi a criação de holding com capital de R$ 150 milhões

O BTG Pactual está se armando para abocanhar um pedaço do mercado de seguros — que deve atingir R$ 255,7 bilhões em receitas em 2013, alta de 19,5% frente a 2011, segundo a confederação do setor (CNSeg).

A primeira frente foi turbinar a área de apólices do PanAmericano, banco em que detém 34,1%, com a contratação de José Macedo como presidente em janeiro deste ano, para transformá-la em uma das mais importantes seguradoras de varejo do país.

A segunda foi comprar 2,8% do IRB, por cerca de R$ 70 milhões, cota que pode ser alavancada na privatização. A terceira, anunciada ontem, foi o início de operação de uma holding de seguros com capital de R$ 150 milhões.

Dentro da holding, estão uma seguradora focada no setor de infraestrutura, que terá capital de R$ 50 milhões, superior aos R$ 15 milhões necessários para atuar na atividade; e uma resseguradora com R$ 100 milhões, enquanto são exigidos R$ 60 milhões. O aporte superior ocorre porque o mercado em que ingressará tem um volume de riscos alto.

Além disso, existe uma atenção com as regras de solvência, que farão com que algumas seguradoras passem por dificuldades e não deixem de ser alvo do BTG Pactual, que analisa todas as oportunidades do setor.

A equipe do BTG começa a sair às ruas hoje para vender uma carteira de apólices de garantia, engenharia, petróleo e responsabilidade civil de obras. O interesse é deixar a área de seguros mais populares para o PanAmericano.

“Vamos olhar todos os projetos de infraestrutura, desde trem-bala até leilões de energia, concessões rodoviárias, aeroportuárias, marítimas e ferroviárias”, afirma André Gregori, que ocupa o cargo de CEO da holding e que veio da seguradora do Banco Fator, onde teve a função também de criar toda a operação.

Competidores

A área em que o BTG vai entrar tem 25 competidores. “Nossa ideia é ter um garçom para cada mesa”, brinca Gregori, sobre a forma como a seguradora irá trabalhar. “Não tenho medo da concorrência e competiremos por prestação de serviço. A briga por preço não é saudável”.

Já a resseguradora sairá ao mercado para servir, em um primeiro momento, apenas as operações da seguradora do BTG, que deve atender os clientes brasileiros também em suas atividades em outros países da América Latina, seguindo a expansão do banco para Colômbia, Chile e Peru.

Por isso o interesse do BTG em também ter outro braço em resseguros, desta vez com o IRB-Brasil Resseguros. “Essa participação é mais um investimento no banco. Estamos olhando e, se tiver boa oportunidade, podemos aumentá-la”, destaca Gregori, declarando que esse é um investimento do próprio banco, e não da holding de seguros.

O IRB-Brasil Resseguros é uma empresa de economia mista, fundada em 1939, que tem entre seus acionistas o governo federal (50%), o Bradesco (21,2%), o Itaú (15%) e minoritários (13,8%), entre eles o BTG Pactual.

Em 2007, com a promoção da abertura do mercado de resseguros no Brasil, devido à quebra do monopólio do IRB e a admissão de competidores estrangeiros, este mercado se ampliou significativamente: são 13 resseguradoras locais, 29 admitidas e 61 eventuais.

O governo quer abrir mão da sua parcela na empresa para que ela tenha condição de concorrer em igualdade com grandes resseguradores mundiais —em 2012, ele viu seu lucro cair 14,8%, para R$ 397 milhões.

Para isso, nesta semana, publicou no Diário Oficial da União o aumento de até R$ 202,5 milhões do capital social, com emissão de ações e a renúncia de subscrever esses papéis. A expectativa é de que o processo seja finalizado no primeiro semestre deste ano. O IRB tem capital de R$ 2,7 bilhões.

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