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Marracini considera seguro popular importante para expansão

Fonte: FenSeg

 Parceria com corretor de seguros é outro eixo relevante para desenvolvimento de seguros gerais

Não há receitas prontas, mas entre os ingredientes necessários para o bolo de crescimento de seguros gerais o recém-empossado presidente da FenSeg, Paulo Marracini, destaca a criação de seguros populares de automóvel, para incorporar mais consumidores e conter a concorrência desleal gerada pelas cooperativas de proteção automotiva, além das grandes obras de infraestrutura. Confira na entrevista abaixo:

Quais são as prioridades de sua gestão?

A prioridade da nova gestão é dar continuidade ao que vem sendo feito nos últimos seis anos, quando da fundação da Fenseg. Embora haja uma ênfase sobre o presidente da entidade, a Federação é, na realidade, um conjunto, um tripé, composto pela diretoria estatutária, que reúne os principais executivos de mercado; pela diretoria executiva; e pelas comissões técnicas, que são importantes, tendo em vista a diversidade de modalidades abrangidas pelos seguros gerais, desde usinas nucleares, plataformas de petróleo até apólices de residência ou de um carro popular. Em razão dessa abrangência, não há como ter conhecimento profundo de todas as carteiras e daí a necessidade de haver nove comissões técnicas encarregadas de discutir as especificidades de cada modalidade.

Tudo isso é necessário para se cumprir a nossa principal tarefa, que é o desenvolvimento do mercado de seguros gerais. Nesse sentido, eu acho que há algumas prioridades. Um bom exemplo é o desenvolvimento do seguro popular. A gente hoje sofre concorrência desleal das companhias ditas de proteção automotiva, que sequer têm reservas ou solvência. Então, temos de desenvolver produtos- e a Susep já está favorável a esta iniciativa- para baratear preços e abranger uma parcela maior da população. E isso não deve ficar restrito ao seguro de automóvel. Devemos também atuar de forma semelhante na carteira do residencial para ampliar a massa segurada, diluir custos e dar mais previsibilidade aos negócios.

Outra ação importante é a colaboração com órgãos públicos, como a área de segurança pública, para tentar conter a sinistralidade, a criminalidade, oferecendo nossa contribuição para a redução desses indicadores. Como exemplo, há a experiência do Pátio Legal, bem-sucedida no Rio de Janeiro, que pode ser adotada por outros estados.

Outro eixo de desenvolvimento do mercado é o uso de tecnologias para simplificar os processos. A própria Susep já manifestou interesse em incentivar o uso de novas tecnologias no nosso negócio, e podemos colaborar na construção desse projeto de uso de meios remotos.

A relação com o corretor está entre suas prioridades?

Em ramos elementares, o corretor é o nosso eixo de relacionamento com os consumidores, porque os produtos são muito variados e, relativamente, complexos, o que exige a presença de alguém que assessore o segurado para entender melhor a compra de coberturas. Então, não há dúvidas de que somos favoráveis a esta parceria e estamos dispostos a aperfeiçoá-la, promovendo o máximo de desburocratização nesse relacionamento.

Quais as perspectiva para 2013?

Mesmo com o crescimento da economia reduzido no ano passado, o mercado de ramos elementares teve expansão na casa de dois dígitos, e a perspectiva é de haja continuidade desse ritmo, mesmo porque o consumo de seguros ainda está subestimado. No caso de automóvel, por exemplo, representa um terço da frota circulante e, no residencial, a taxa é cobertura é de 10% de todas as moradias. Então, uma taxa de 14% a 15% de expansão é factível, ainda que estes percentuais não sejam uniformes em todos os ramos elementares, visto que entre as novas modalidades pode haver um crescimento ainda maior.

De qualquer forma, nosso maior objetivo não é tanto elevar prêmios, mas sim ampliar a gama de usuários de seguros. Nesse sentido, a CNseg tem feito um bom trabalho- e a Fenseg continuará apoiando suas ações- com destaque para as iniciativas visando a melhorar a comunicação com os segurados.

Tendo em vista a perspectiva de maior crescimento do PIB, a conjuntura não será mais favorável este ano?

Ainda que o PIB seja um fator relevante, para o mercado de seguros o indicador mais importante é a taxa de emprego reduzida. Isso é fundamental para que haja consumidores com maior poder de compra e, em consequência, mais dispostos a adquirir bens de consumo duráveis ou semiduráveis, colocando-os no seguro. No lado dos grandes riscos, as obras para a Copa do Mundo, a Olimpíada de 2016, o PAC são contribuições relevantes para nosso mercado crescer.

E em relação ao marco regulatório?

Nesse caso, o mercado tem de batalhar por estabilidade de regras. Ajustes pontuais podem ser necessários, mas não podemos conviver com insegurança jurídica, porque isso é prejudicial tanto para os consumidores quanto para a indústria. Além do mais, regras estáveis são fundamentais para o crescimento sustentável e para o pleno exercício da livre concorrência.

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