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Portugal: Quando os próprios seguros estão em risco

Fonte Diário Econômico

Os mercados têm aprendido da maneira mais difícil quanto custa corrigir a falta de provisões, erros de gestão ou a ocultação de problemas financeiros. Por isso, quando um regulador de mercado detecta um potencial problema, como parece acontecer com os seguros, o alarme deve ser levado a sério, muito a sério.

Num documento preparado no início do ano, o Instituto de Seguros de Portugal alertou várias companhias para a grave situação no segmento dos seguros de acidentes de trabalho: muitas já não terão provisões suficientes para cobrir os riscos. Uma dificuldade que se explica, primeiro, pela actual conjuntura, depois, pela concorrência agressiva entre as companhias e que tem levado a uma descida progressiva dos preços a uma média de 10% ao ano. Alertado para a ameaça, o regulador prepara-se para agir, através de inspecções e pedidos de informação. E, talvez a medida mais relevante: obrigar as empresas a propor soluções para as falhas antes que elas rebentem com as suas carteiras e solvabilidade.

A primeira consequência é óbvia: os preços das apólices vão ter de subir para compensar o emagrecimento das provisões das seguradoras. Será um duro golpe para as empresas e clientes, muitas delas já em apuros para conseguir manter os seus compromissos e as apólices de protecção dos seus trabalhadores. Mas é um passo inevitável a que se junta a necessidade de muitas seguradoras em rever e reorganizar as suas contas. O regulador está, por isso, a agir bem - e, assim se espera, a tempo. Porque não há apólice que cubra o tombo de um sector.

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