Breaking News

Reajustes na carteira de veículos chegam a 138%

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Resultado financeiro reduzido, sinistralidade alta e custo da mão de obra mais  elevado são fatores tidos como responsáveis pelo encarecimento dos produtos

Os segurados não têm motivos para esperar queda dos preços das apólices,  na carteira de veículos,  mesmo se houver novas quedas nas taxas de juros. Muito pelo contrário. Segundo analistas e lideranças do mercado, os efeitos do fim do valor cobrado ao consumidor pela emissão de apólice e as elevações de custo de mão de obra nas oficinas devem gerar novos ajustes no preço final do produto.

Alguns dados indicam que, em determinadas situações, o custo médio do seguro de automóvel mais do que dobrou neste começo de ano. “Os preços, em alguns casos, chegaram a subir até 138%. Mesmo em 2012, na média, o aumento foi de 20%,  um índice alto, diante de uma inflação que ficou na casa dos 6%”, diz o consultor de seguros e economista Francisco Galiza.

Ele estranha as altas de preços observadas neste início de ano, até porque, nos últimos meses, houve queda significativa nos sinistros do ramo de automóvel, motivada pela lei de tolerância zero ao álcool para os motoristas.

O consultor admite, contudo, que, ao longo do ano passado, a configuração de custos e receitas das seguradoras mudou desfavoravelmente, especialmente no segmento de coberturas automotivas. “As seguradoras não tiveram alternativa a não ser ajustar os preços para compensar a perda de rentabilidade gerada por vários fatores do cenário econômico”, revela.

Motivos

O primeiro fator a contribuir para a redução da rentabilidade das companhias do setor foi a queda dos juros, pois o ganho das aplicações financeiras representa um componente importante no resultado dessas empresas. Além disso, sinistralidade (roubos e enchentes) e aumento do custo de mão de obra reduziram significativamente a margem operacional do seguro, que passou de 16% em 2010 para menos de 13% no ano passado. Segundo ele, para compensar essa queda de margem, as empresas aumentaram os preços em mais três pontos percentuais. P

or fim, de acordo com análise de Galiza, veio a determinação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) de proibir as seguradoras cobrarem uma taxa pela emissão da apólice. “As seguradoras embutiram
esse custo no cálculo atuarial do produto, o que resultou em outro fator de aumento do preço final”, acrescenta.

Francisco Galiza acredita que a concorrência poderia até ajudar a reduzir os aumentos de preços. Mas, lembra que, como a atividade de seguros está baseada em cálculos atuariais, as seguradoras têm um compromisso mínimo de rentabilidade sobre suas aplicações para fazer frente às necessidades de pagamento futuro. “Quando algumas variáveis comprometem o resultado das companhias, como ocorreu em 2012, não há concorrência que dê jeito. E, neste cenário, os aumentos são inevitáveis”, conta o consultor.

Corretores

O fim da cobrança do custo de emissão da apólice também é apontado pelo presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) e deputado federal, Armando Vergilio, como um fato negativo para consumidor.

Na avaliação dele, na prática, o único prejudicado foi o segurado, que enfrenta, agora, um aumento de preços, principalmente no ramo de veículos. “A sinistralidade caiu muito, mas os preços subiram. O custo de
apólice foi jogado dentro do prêmio”, conclui.

Um comentário:

Escreva aqui seu comentario