Breaking News

Custo elevado é desafio de seguros na construção

Fonte Monitor Mercantil

 Na manhã desta quarta, o Secovi-SP reuniu um time de especialistas para debater "Seguros na Construção Civil", tema do seminário organizado pela vice-presidência de Tecnologia e Qualidade do Sindicato.

- Os vários riscos além dos inerentes a atividade de engenharia, como a sensibilidade às questões macroeconômicas, relações com vizinhança, ciclo da produção muito longo, entre outros, apontam para a necessidade de desenvolvimento do mercado de seguros no setor por meio da criação de novos produtos e redução de custos - disse Carlos Borges, vice-presidente do Secovi-SP.

Custo elevado, a demora do Brasil para entender a importância dos seguros como instrumento de mitigação de riscos, a falta de gestão adequada na contratação de seguros e da capacidade de análise de risco por parte das empresas são algumas barreiras a vencer, elencadas ao longo do debate.

- Como incorporador digo que não sabemos contratar seguros e não temos profissionais com conhecimento no tema em nossas empresas. Devemos ler cuidadosamente os contratos e lutar para melhorar as condições juntos às seguradoras para termos relações mais equilibradas - apontou Borges.

Augusto Andrade, diretor-executivo da AD Seguros, apresentou o mercado de seguros no Brasil e as modalidades voltadas para construção civil existentes no país, com seus detalhamentos (coberturas e contratação): Seguro Garantia, Seguro Riscos de Engenharia, Responsabilidade Civil (inclusive D&O), Seguro de Riscos Diversos (de equipamentos), de Transportes e Pessoais (vida, saúde e odonto).

Panorama internacional de seguros de construção civil e tendências no Brasil foi o tema abordado por Fábio Pinho, diretor-executivo da Essor Seguros. Um dos destaques foi a apresentação do Seguro Decenal, que chegou ao Brasil em novembro de 2012. Voltado para incorporações imobiliárias, o Decenal se enquadra em sua quase totalidade à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575), publicada recentemente. Segundo Pinho, a modalidade tem prazo de dez anos, a contar após a entrega da obra, mas a seguradora faz acompanhamento técnico durante a obra.

O Seguro Decenal, existente há mais de 40 anos na Europa, é a prova da defasagem do mercado nacional em relação ao mundo.

- Essa modalidade traz pioneirismo ao país e é um diferencial porque traz confiança ao consumidor - justificou o diretor da Essor.

Já segundo Rossana Costa, coordenadora do Convênio Núcleo de Seguros da CBIC, "com a chegada da Norma de Desempenho, as reclamações, por parte do comprador, referentes à qualidade na construção vão aumentar e os empresários precisam se proteger". Ela falou sobre a consultoria que a entidade oferece às empresas no assunto, os produtos criados, como o Seguro de Garantia de Entrega de Obra em parceria com a Essor, e alertou os empresários a buscar informações junto a corretores com expertise em incorporação e que sejam credenciados na Susep.

André Glogowsky, presidente do conselho de administração brasileira da construtora alemã Hochtief, relatou a sua experiência na contratação de seguros, citando diversos casos vividos pela empresa em diferentes modalidades. Em todas as situações, a Hochtief foi indenizada corretamente, embora algumas vezes tenha demorado a sair o pagamento.

- As construtoras não estão satisfeitas com as seguradoras e vice-versa. Deve-se exigir mais das seguradoras, mas, em contrapartida, devemos (construtoras e incorporadoras) ser mais transparentes, informar mais - diz Glogowsky.

Do lado dos arquitetos, Eduardo Martins, da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), demonstrou satisfação com uma das modalidades apresentadas no evento.

- Nós, arquitetos, estamos felizes com a abertura de seguro de responsabilidade civil que contempla a autoria do projeto e a responsabilidade do arquiteto. Contamos com o auxilio das seguradoras para difundir no mercado o valor da autoria do projeto - disse.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario