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Maior inadimplência pode ter relação com o crescimento da fraude em seguros

Fonte APTS

A inadimplência e sua possível relação com a fraude foi tema da tradicional Palestra do Meio-Dia, realizada pela Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), em sua sede, nesta quarta-feira, 24 de abril. Carlos Barros de Moura, diretor Secretário da entidade e corretor de seguros, com mais 35 anos de experiência no mercado, apresentou a palestra “Crescimento da inadimplência e sua relação com o aumento de fraudes em seguros”.

Barros de Moura iniciou sua apresentação, traçando um panorama da inadimplência no país. Com dados coletados do Serasa Experian, ele revelou que em 2011 a inadimplência foi a maior em nove anos, alcançando 21% em relação a 2010. Nesse período pode se contatar um aumento nas chamadas dividas não-bancárias, que são feitas diretamente em as lojas, financeiras e ou concessionárias.

O palestrante afirmou que o endividamento da população a partir de 2010, contribui para a inadimplência no ano de 2012 também, que teve um aumento de 15% comparado a 2011. O estudo do Serasa Experian também apurou que cada devedor tem em média quatro dívidas e não consegue saldar 60% delas. Somadas, estas dívidas costumam ultrapassar a renda do endividado.

Os produtos que registram maior inadimplência do consumidor são cartões de crédito, cheque especial, financiamento de carro e casa própria. Segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), em 2011 a inadimplência em financiamento de veículos atingiu um novo recorde, chegando a 5%.

Incentivo ao crédito pode ser um fator de risco

Para Barros de Moura, um dos principais fatores que estimularam o aumento da inadimplência é a concessão de crédito à pessoa física. Até setembro de 2012, foi registrado um aumento na concessão de crédito 18% maior que no mesmo período do ano anterior. O palestrante citou, ainda, outros fatores de estímulo ao crescimento da inadimplência, como financiamento imobiliário, falta de planejamento e de educação financeira e o nível de endividamento em relação ao salário.

Consumo e inadimplência

O diretor da APTS apresentou outros estudos que apontaram aumento de consumo de seguro por parte dos membros da classe C.Esta faixa  consumiu 41,3% das ofertas de seguros para automóveis no Brasil em 2011, que em comparação a 2008 representou um crescimento de mais de 40% em três anos.

Barros Moura apresentou um estudo da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), realizado em maio de 2012, que aponta a Região Norte do país como a de maior volume de inadimplência nas operações de crédito, chegando a 41%. Em seguida, a Região Nordeste surge com 3,9% e a Centro-Oeste, com 3,4%. Já os menores índices do país ficam com as regiões Sudeste e do Sul, ambas com 2,9%.

Concidentemente, o estudo por regiões também apontou o Norte como a região que lidera a expansão da contratação de crédito, com alta de 6,2%. Em seguida aparecem o Sul, com 4,6%, Centro-Oeste, com 4,4%, Norte, com 4,2% e Sudeste com 3,6%.

A fraude em seguros

No mesmo período de aumento da inadimplência, dados apresentados pelo palestrante indicaram que houve também aumento da fraude em seguros. Em 2011, as seguradoras pagaram R$ 14 bilhões em indenizações, dos quais R$ 1,3 bilhão foi para sinistros suspeitos de fraudes.

Os maiores estímulos à fraude, apontados pela CNSeg e apresentados por Barros de Moura, são os créditos restritivos no pagamento de sinistros; alto preço dos seguros associado à imagem de alta lucratividade das companhias; predisposição cultural à fraude ( quando o consumidor quer tirar vantagem do seguro); contribuição da mídia, que mostra quais são e como se praticam as fraudes e a impunidade decorrente da lentidão da Justiça.

Por fim, o palestrante conclui que tanto inadimplência como as fraudes em seguros vêm aumentando. Porém, faltam estudos detalhados para provar essa ligação entre uma e outra. Por outro lado, Barros de Moura afirma que, considerando o crescimento de ambas no mesmo período e as vantagens que os fraudadores obtêm com a fraude, é possível concluir que a relação existe.

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