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CNSeg quer diversificar aplicação das reservas

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Seguradoras têm disponíveis mais de meio trilhão de reais na carteira de investimentos, recursos que podem, em parte, ser carreados para financiar projetos públicos e privados

As seguradoras estão interessadas em destinar parte das suas provisões técnicas, que já somam mais de R$ 500 bilhões, para o financiamento de grandes projetos públicos ou privados. Segundo o recém-empossado presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), Marco Antonio Rossi, o mercado não faz objeção em direcionar parcela dos recursos dessas reservas para essa finalidade, desde que haja retorno do investimento. “Se houver rentabilidade, tudo bem”, disse o executivo.

Ele lembrou que os juros baixos obrigam as seguradoras a ser mais criativas na formação de suas reservas, que irão garantir obrigações de médio e longo prazos. Marco Antonio Rossi destaca que o governo já vem sinalizando que pretende flexibilizar as regras que regulamentam os investimentos feitos com esses recursos, para que o setor possa se adaptar à nova realidade e buscar rentabilidade maior.

O presidente da CNSeg comentou que países da Europa, os Estados Unidos e o Chile utilizam recursos das reservas técnicas para viabilizar financeiramente obras do setor privado. “No Brasil, podemos destinar parte dos recursos da previdência complementar para o financiamento da construção de casas”, exemplificou.

Além disso, o mercado quer aumentar também o limite de cobertura no seguro de garantia (contratual) nas grandes obras para 30% ou até 45%, em casos específicos (ainda não definidos) do valor total do projeto
Hoje, o limite varia de 5% a 10%. “Estamos preparando uma proposta em conjunto com as construtoras para ampliar o percentual de cobertura do seguro nas grandes obras”, revelou Marco Antonio Rossi.

Para ele, o mercado segurador brasileiro está plenamente capacitado para assumir os riscos dos grandes projetos previstos para os próximos anos, incluindo as obras relacionadas aos eventos Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Um grupo de trabalho, formado por representantes do sistema de seguros, das construtoras e do governo estuda esse assunto.

Fé no crescimento

O executivo manifestou-se otimista quanto ao futuro da atividade de seguros. Na visão dele, é perfeitamente possível manter, nos próximos anos, crescimento real da ordem de 5%. Ele comemora o fato da participação do mercado no Produto Interno Bruto (PIB) ter subido de 1% para 6 % em duas décadas, e ressaltou que ainda há muito espaço para avançar. “O Brasil é a sétima maior economia do mundo. Contudo, a atividade de seguros ainda ocupa apenas a 15ª colocação no ranking mundial”, comentou Marco Antonio Rossi, que também preside o grupo Bradesco Seguros.

Nessa trajetória de crescimento, o executivo não escondeu que existem obstáculos a serem vencidos, incluindo o fato da penetração do seguro estar muito aquém do estágio desejado, como demonstra a participação do setor no conjunto da economia. Em sua avaliação, é preciso disseminar o papel exercido pelas seguradoras, que complementam a atuação do Estado em várias áreas, incluindo saúde e previdência.

Rossi listou como os próximos desafios do mercado a intensificação do processo de massificação do seguro, com a simplificação dos contratos e dos termos técnicos, e a maior interação com o Poder Público
“Precisamos ser mais bem compreendidos”, apontou o executivo.

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