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Generali tem lucro 6,3% maior no mundo e arruma a casa para crescer no Brasil

Fonte Sonho Seguro - Denize Bueno

A Generali divulgou lucro líquido de € 603 milhões (U$ 792 milhões) no primeiro trimestre de 2013, 6,3% acima dos € 567 milhões no mesmo período de 2012. O CEO mundial, Mario Greco, afirmou ser o melhor resultado do grupo em quatro anos. O segmento de seguros gerais registrou melhora de 1,8 ponto percentuais no índice combinado, para 93,6%.

O crescimento do lucro veio apesar de uma queda de 5% nos prêmios ganhos, para € 16,2 bilhões e uma queda de 11,5% no total das receitas, para € 22,3 bilhões. A redução nas receitas foi compensada por uma queda de € 3 bilhões em despesas para € 21,3 bilhões. Ao assumir a empresa em agosto de 2012, Greco revelou planos de vender, no valor de € 4 bilhões, ativos não ess enciais como parte de seu plano de recuperação. A empresa está em processo de venda da operação de vida nos EUA. A francesa SCOR e a americana RGA estão competindo para comprar a resseguradora da Generali. “Estamos nos estágios iniciais de nossa jornada e estamos no caminho certo para entregar nossas meta”, disse Greco em comunicado.

Apesar de não citar o Brasil, país visitado recentemente e que conhece muito bem por ter sido o CEO da América Latina da Zurich, Greco tem boas as expectativas com a operação local, comandada pelo português, responsável pelo início das operações do Lloyd`s of London no Brasil, José Ribeiro, que assumiu a presidência da Generali no Brasil há quase um ano. “Nossa meta é atingir R$ 1 bilhão em receita até o fim de 2014″, promete ele, que quer reduzir o gap de ser uma das maiores do mundo e uma das menores do Brasil.

Para conquistar tal meta, Ribeiro arrumou a casa, contratou novos executivos, se desfez de contratos deficitários e definiu como estratégia “pescar num mar com menos pescadores”. Segundo ele, o foco é criar produtos diferenciados e atuar em segmentos com poucos competidores, transformando riscos ruins em bons negócios. “Para tudo há um preço. Riscos ruins podem ser bons riscos se forem bem gerenciados”, diz. A equipe já está em busca de riscos que hoje não encontram coberturas para serem estudados e precificados.

O grupo também ousou em absorver as carteiras de seguro de carros das cooperativas, conhecidas como “seguro pirata”no mercado. A Susep vem fechando o certo às cooperativas, pois elas atuam como seguradoras sem serem fiscalizadas e reguladas. Diante disso, a Generali aproveita o momento e compra carteiras de riscos, o que fez sua atuação em seguro de carro praticamente crescer 100% em 2012 em massificados, avanço liderado por automóveis. “Em 2013 vamos crescer 100% também, comprando as carteiras das associações. Começamos por Minas Gerais, mas vamos avançar em todo o Brasil. É um mercado imenso, com mais de 2 milhões de itens”, assegura o CEO da Generali no Brasil.

Já os riscos corporativos ficaram estáveis, em razão da limpeza feita na carteira.Mas a expectativa é grande para os próximos anos. O grupo renegociou contratos de resseguro, triplicando a capacidade para assumir riscos, para atender mais rapidamente as demandas de grandes e médios riscos e já se preparou para conquistar boa parte das micro e pequenas empresas com contratos sob medida. Além disso, o grupo vai buscar clientes mundiais da Generali presentes no Brasil, o que deverá ajudar a fortalecer o grupo localmente, uma vez que a seguradora é uma das maiores do mundo.

Microsseguro é uma área nova no Brasil e que requer muito investimento, segundo Ribeiro. Por isso, o projeto de entrar nesse segmento deverá aguardar um pouco mais. Pelo menos até a seguradora atingir o break even, ou seja, a dar lucro no Brasil. “Em 2013 vamos reverter o prejuízo em lucro”, aposta. Em 2012, a companhia registou uma receita com prêmio de seguro de R$ 433 milhões, avanço de 42,4% em relação ao ano anterior. A seguradora, porém, apresentou um prejuízo de R$ 45,5 milhões no período. O índice combinado sinaliza que em 2013 a situação deve melhorar, ao recuar dez pontos, para 78%, de 2011 para 2012.

O grupo italiano também pretende trazer ao Brasil inovações, tanto para clientes como para corretores, o principal canal de distribuição da companhia. “Sem inovação é praticamente impossível crescer num mercado tão concorrido”, reconhece. Neste ano, o grupo pretende abrir 22 escritórios de atendimento ao corretor, em mercados onde nunca atuou, do Nordeste ao Sul do Brasil. Por enquanto, a meta é crescer de forma orgânica. Porém, bons negócios serão sempre analisados, informa Ribeiro.

Um dos projetos pilotos vem sendo testado na Itália e outros importantes países em que está presente, como o “pay how you driver”. Trata-se de um seguro de carro calculado de acordo com o modo de dirigir da pessoa, já usado na Itália e Inglaterra. Um chip armazena dados como brecadas bruscas, velocidade entre outros, gerando um valor de seguro mais adequado ao tipo de motorista. Obviamente beneficia os bons motoristas, alvo de todas as seguradoras.Quem pouco usa o carro também será beneficiado, pois a quilometragem rodada tem importante peso na precificação.

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