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IFC compra fatia do ING na SulAmérica por R$ 400 mi

Fonte Valor Econômico

O International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, vai desembolsar R$ 400 milhões por uma participação de 7,9% na seguradora brasileira SulAmérica. Essa é a maior operação do órgão internacional no Brasil. O IFC comprou essa fatia acionária do grupo holandês ING, cuja participação direta na seguradora cairá de 21,5% para 13,6%.

A transação marca mais um passo da saída do ING da seguradora brasileira, cumprindo acordo com a Comissão Europeia de se desfazer de suas operações de seguros no mundo como contrapartida ao resgate financeiro recebido na crise de 2008.

"É um investimento estratégico no Brasil. A SulAmérica é um dos líderes no seguro saúde no país e está posicionada para nos ajudar a concretizar nosso objetivo de desenvolver o mercado de seguros como um todo", afirma o diretor do IFC para mercados financeiros da América Latina, África e Caribe, Paolo Martelli.

O IFC pagou ao ING o valor de mercado das ações da seguradora. Pela cotação de fechamento das units da SulAmérica ontem (R$ 15,21), o valor de mercado da companhia é de R$ 5,084 bilhões.

Esse não é o primeiro investimento do IFC no mercado de seguros brasileiro. Recentemente, o órgão investiu US$ 40 milhões na antiga UBF, hoje Swiss Re Corporate Solutions, especializada em grandes riscos, e R$ 15 milhões na resseguradora Terra Brasis, do banco de investimento Brasil Plural.

Ao todo, o IFC já investiu R$ 3 bilhões no setor financeiro brasileiro, sem considerar a operação da SulAmérica. Além do setor de seguros, há também participações no banco mineiro Tribanco e no banco Daycoval. Desde 1957, quando o IFC fez o primeiro investimento no país, o órgão já aplicou US$ 17 bilhões aqui, incluindo participações acionárias e financiamentos. "É o país em que o IFC tem a segunda maior exposição", diz Matelli.

A família controladora e o IFC firmaram um compromisso bilateral que dá ao órgão do Banco Mundial direito de indicar um representante no conselho de administração da SulAmérica. O nome desse representante, porém, ainda não está definido. "O IFC agora é nosso acionista de referência. A experiência que o órgão tem em outros países poderá ajudar o conselho na visão estratégica futura da companhia", diz o controlador e presidente do conselho de administração da SulAmérica, Patrick de Larragoiti.

O IFC já tinha relacionamento com o ING por causa de negócios em outros países, como na Colômbia, onde o IFC teve uma participação minoritária na compra dos ativos do ING pelo GrupoSura.

As conversas sobre a fatia na SulAmérica tomaram fôlego depois que o grupo holandês anunciou sua saída do controle acionário da seguradora brasileira, em março deste ano. Segundo Larragoiti, as negociações com o IFC começaram alguns meses atrás quando já havia um acordo preliminar entre o órgão e o ING. O executivo do IFC não descarta eventualmente ampliar a fatia do órgão na SulAmérica.

Em março, a família Larragoiti, fundadora da SulAmérica, comprou a participação do ING na holding de controle Sulasapar, equivalente a 7,2% do capital da seguradora. O valor da transação não foi divulgado, mas o Valor apurou na época que o ING receberia cerca de R$ 350 milhões pelo negócio. A dúvida que ficou entre analistas que acompanham a ação da SulAmérica era o que o grupo holandês faria com a participação direta que ainda detinha na seguradora.

Após ser socorrido pelo governo holandês na crise financeira, o ING anunciou no fim de 2009 que venderia suas operações de seguros como parte do acordo de reestruturação firmado com a Comissão Europeia. Na época, a companhia disse que as alienações seriam feitas até 2013 por meio de venda ou abertura de capital. No ano passado, porém, esse prazo foi estendido para 2015.

A SulAmérica teve um primeiro trimestre complicado. O lucro líquido caiu 79% no período, para R$ 23,6 milhões. No acumulado do ano, porém, as units da SulAmérica sobem 4,14%, ante uma queda de 10,14% do Ibovespa.

 

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