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Patrocinadoras têm preferência na contratação das apólices

Fonte Valor Econômico

Além da contratação feita pelos operadores dos estádios, os organizadores dos grandes eventos - como a Fifa no caso da Copa do Mundo de 2014, e o Comitê Organizador nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 - também contratam seguros de responsabilidade civil e outras modalidades especificamente para o período em que as competições ocorrem.

Normalmente, os organizadores contratam as seguradoras patrocinadoras. Para a Copa, a seguradora é a Liberty, e para as Olimpíadas, a Bradesco Seguros.

"Durante os Jogos Olímpicos, o proprietário passa as arenas para o Comitê Rio 2016", diz Leonardo Gryner, diretor de operações do Comitê Rio 2016. Entre os estádios que serão usados nos jogos de futebol da Olimpíada estão Mineirão (MG), Arena Fonte Nova (BA), Arena Corinthians (SP) e Mané Garrincha (DF), além do Maracanã e do Engenhão, no Rio.

Os contratos de seguro que devem ser firmados pelo Comitê no primeiro semestre de 2015 incluem os tradicionais dano patrimonial e de responsabilidade civil, mas também apólices para proteger os executivos envolvidos, como a de responsabilidade civil de executivos (D&O, da sigla em inglês).

Haverá ainda seguros para garantir a qualidade dos equipamentos olímpicos, de acordo com as especificações do Comitê Olímpico Internacional (COI). "Com o seguro, garantimos que a obra será entregue dentro do padrão de qualidade", afirma Gryner.

De acordo com o executivo, será contratado ainda um seguro de cancelamento de jogos, em que a seguradora ressarce aqueles que tiverem algum prejuízo com a não realização do evento. "No contrato com o COI nós temos essa cláusula", explica.

Fernando Cheade, superintendente-executivo da Bradesco Seguros, lembra que o risco de cancelamento nos Jogos Olímpicos é muito baixo. "Mas as delegações dos países vão demandar seguros de acidentes pessoais, de vida, saúde, até de automóvel para as diversas frotas de veículos", explica. Segundo o executivo, os contratos devem ser assinados daqui a dois anos, mas a seguradora já trabalha no programa, pois terá preferência na oferta aos organizadores.

Problemas registrados nos últimos meses em alguns novos estádios previstos para Copa do Mundo e Olimpíada mostram que mesmo arenas novas em folha não estão livres de incidentes. Esse foi o caso do alagamento ocorrido no Maracanã em março deste ano, cujos custos foram arcados pela seguradora Zurich, que detém a apólice das obras.

"Como o Maracanã já estava em estágio avançado de obras, teve um pequeno atraso, mas foi só retirar a água, fazer a limpeza e retomar obra", disse Fabio Silva, superintendente de riscos de engenharia da Zurich Seguros, que não informou qual foi o custo do alagamento para a seguradora.

Nos últimos meses, houve alguns casos de acidentes envolvendo trabalhadores que atuavam nas obras das arenas, situações em que o seguro de responsabilidade civil é acionado para o pagamento de indenizações.

Na arena do Palmeiras, rebatizada na terça-feira de Allianz Parque, um operário morreu durante as obras do estádio que deve servir de campo oficial de treinamento para o Mundial. Na Arena da Amazônia, em Manaus, um operário também morreu após acidente durante a construção. No Mineirão, um operário ficou ferido em 2011.

Com risco de queda das estruturas da cobertura, o Estádio Olímpico João Havelange, conhecido como Engenhão, construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007, foi interditado no dia 26 de março. Uma comissão de engenheiros do município do Rio está analisando os problemas e deverá apresentar um relatório final com propostas de soluções. Segundo fontes das seguradoras, os custos das obras devem ficar com a prefeitura, já que não havia um contrato de seguro.

No estádio do Grêmio, entregue em dezembro, uma comemoração da torcida após um gol, em janeiro deste ano, fez com que torcedores do time caíssem no fosso da arena.

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