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Seguradora Generali arruma a casa para crescer

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

                      À frente da Generali há um ano, José Ribeiro promoveu "limpeza" nas carteiras

A seguradora italiana Generali promoveu uma verdadeira faxina em sua operação no Brasil. Trocou praticamente toda a diretoria da empresa no país, cancelou apólices deficitárias e revisou contratos de resseguros e parcerias para distribuição. Com a casa em ordem, agora planeja crescer e atingir o "break even" (ponto de equilíbrio entre custos e despesas) neste ano.

Como resultado da "limpeza" nas carteiras por meio do cancelamento de contratos não rentáveis, a companhia conseguiu melhorar o índice de sinistralidade, indicador que mede a relação entre a receita e o pagamento de indenizações e quanto menor, melhor. O índice caiu 10 pontos percentuais em 2012, para 78%.

As mudanças de rumo da seguradora já se refletem no ritmo de geração de negócios, mas ainda não na última linha do balanço. Em 2012, a companhia registou uma receita com prêmio de seguro (valor que o cliente paga pela cobertura) de R$ 433 milhões, um avanço de 42,4% em relação ao ano anterior. A seguradora, porém, apresentou um prejuízo de R$ 45,5 milhões no período.

O plano é atingir R$ 1 bilhão em receita até o fim de 2014, segundo José Ribeiro, que assumiu a presidência da Generali no Brasil há quase um ano. Português, o executivo praticamente não tem mais sotaque, após ter atuado por diversos anos em outras seguradoras no país, entre elas a AIG e o Unibanco Seguros.

Se a meta for atingida, a Generali vai ficar mais perto do objetivo de se tornar uma das dez maiores seguradoras do país. Atualmente, ela está próxima da 30ª posição, com menos de 1% do mercado. Para se ter uma ideia, a décima maior seguradora em volume de prêmios de seguros (excluindo saúde) em 2012 foi a Liberty, que faturou R$ 2,2 bilhões.

Os números brasileiros não correspondem aos da seguradora no mundo. O faturamento de € 69,6 bilhões em prêmios no ano passado a coloca entre as maiores do mundo. "No Brasil somos um gigante adormecido", diz Ribeiro. O executivo diz que a marca tem rejeição quase nula no país, como constataram em uma rodada de visitas a corretores feita pelo país.

Segundo o executivo de uma grande corretora, a companhia está, de fato, muito mais atuante e tem entrado na briga em concorrências de seguros para projetos de infraestrutura, principalmente da área de energia.

Para crescer, a estratégia será focar em áreas que têm menos concorrência e abrir novas filias pelo país. "Todas as seguradoras mundiais estão aqui, é um mercado que tem muita concorrência, então precisamos de produtos, nichos e parcerias diferentes", diz Ribeiro.

No ramo de seguros de automóveis, por exemplo, a seguradora tem buscado parcerias com associações e cooperativas que ofereciam seguros de veículos de forma irregular, segmento em que a Superintendência de Seguros Privados (Susep) tem atuado com bastante rigor recentemente.

Outra área em que a Generali tem atuado é a de microsseguros. A seguradora fechou uma parceria com a CDI, uma ONG que promove projetos de inclusão digital e que está presente por meio de "lan houses" em várias comunidades.

Já na carteira de seguros corporativos, a seguradora rescindiu todos os contratos de resseguros e contratou outros para aumentar a capacidade de aceitação de risco. "Eu alguns casos, triplicamos a capacidade", afirma Ribeiro.

Na área de benefícios, a Generali aposta nas multinacionais, para quem a seguradora tem a capacidade de dar cobertura em vários países. "Nosso enfoque são nas novas multis brasileiras", diz Ribeiro.

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