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'Novo clima' obriga seguradoras a alterar avaliação de risco, diz estudo

Fonte: G1

Observação de dados históricos já não é suficiente para realizar seguros.
Especialistas apontam que empresas precisam verificar previsões.

Efeitos da mudança do clima devem elevar preço de seguros, diz diretor Relatório da ONU prevê 'catástrofe ambiental' no mundo em 2050 Mudança do clima oferece risco, mas também chance de inovação, diz ONU As mudanças climáticas têm tornado mais frequentes e imprevisíveis os eventos climáticos extremos, o que obriga as seguradoras a mudar a forma como avaliam o risco de desastres naturais que afetam uma área específica, alertou esta segunda-feira (24) o centro de pesquisas de políticas públicas Geneva Association.
 
Estrutura de montanha-russa de um parque de diversões na costa de Nova Jersey é vista parcialmente engolida pelo mar, da maneira como ficou desde a passagem da supertempestade Sandy, quase 5 meses atrás. A foto foi tirada na sexta-feira (21) (Foto: Lucas Jackson/Reuters)


"As abordagens tradicionais, que são exclusivamente baseadas em dados históricos, falham cada vez mais em estimar as probabilidades de riscos atuais", alertou o grupo especializado em questões de gestão de risco e seguros em áreas estratégicas.

"É necessária uma mudança de paradigma dos métodos de avaliação de risco", reforçou, acrescentando que a indústria de seguros precisa apoiar a pesquisa científica para obter uma compreensão maior de quando e onde ocorrerão os desastres relacionados ao clima.
Segundo um relatório das Nações Unidas divulgado na semana passada, as catástrofes naturais custaram ao mundo US$ 2,5 trilhões até agora neste século, o que é muito mais do que o estimado anteriormente.

O diretor da Geneva Association, John Fitzpatrick, afirmou que o aquecimento dos oceanos do mundo e a elevação do nível do mar foram um gatilho crucial para eventos climáticos extremos.
Só neste século, catástrofes naturais custaram ao mundo US$ 2,5 trilhões, segundo relatório da Organização das Nações UnidasOlhar no passado e na ciência

No relatório de 38 páginas, intitulado "Aquecimento dos Oceanos e Implicações para a Indústria do (re)seguro", a Geneva Association reforçou a necessidade de que as seguradoras não observem apenas dados históricos, mas também compreendam as "mudanças nas dinâmicas dos oceanos e a complexa interação entre o oceano e a atmosfera".

Essa interação, destacou, é "a chave para compreender as mudanças atuais na distribuição, frequência e intensidade dos eventos extremos globais relevantes para a indústria dos seguros, tais como ciclones tropicais, inundações e tempestades de inverno extratropicais".

O estudo, liderado por Falk Niehorster, da Iniciativa de Previsão de Risco do Instituto de Ciência Oceânica das Bermudas, admitiu que o principal gatilho dos custos de seguro em alta está relacionado a fatores sócioeconômicos, como o número crescente de moradias para os mais ricos construídas em áreas costeiras e planícies alagadiças.

Contudo, destacou que a falta de dados históricos para prever catástrofes no futuro, assim como teorias concorrentes entre cientistas sobre quando e onde elas vão ocorrer, também dificulta aos seguradores estimar precisamente os riscos.

A melhor forma de assegurar que "riscos ambíguos" permaneçam assegurados, destacou o estudo, é que a indústria dos seguros ajude a promover a mitigação hoje. Ela também deveria "desempenhar um papel ativo em aumentar a conscientização para os riscos das mudanças climáticas através da educação", concluiu.
 

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