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Susep estuda mudar regras de taxas

Fonte Valor Econômico

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) estuda mudar a regra que impede fundos de previdência de aplicar em outras carteiras que cobram taxas de administração ou de performance. Conforme o Valor revelou ontem, essa norma dificulta que gestores de fortunas montem fundos de investimento em cotas formados por carteiras de diferentes assets, como eles costumam fazer na administração de recursos fora da previdência.

O impedimento está registrado nas circulares 338 e 339 da Susep. "Há planos para modificar essa regra que estão sendo estudados pela área de produtos", informou a superintendência, em nota. Segundo a Susep, a norma foi criada para dar transparência ao participante quanto ao total pago de taxa de administração.

A ideia em análise na Susep é que o fundo de fundos tenha um valor máximo de taxa de administração a ser pago pelo participante. Esse percentual deve englobar a taxa da própria carteira e a dos fundos investidos. No caso de participantes qualificados - com investimentos financeiros superiores a R$ 300 mil -, a superintendência também analisa a possibilidade de autorizar a cobrança de taxa de performance nas carteiras em que o fundo de previdência investe.

A Susep informou que estuda ainda formas de tornar os produtos de previdência mais comparáveis entre si, como por meio de uma calculadora de benefícios em seu site. Ferramentas como essa, considera, estimulam a concorrência, o que poderia beneficiar os gestores independentes. Um estudo feito pelas consultorias NetQuant e Towers Watson mostra que os fundos de previdência de gestores não ligados a bancos são, na média, mais rentáveis. Nos últimos cinco anos, até abril, o retorno dessas carteiras foi de 54%, ante 43% dos gestores tradicionais.

Outro levantamento da NetQuant e da Towers Watson, realizado para o Valor, mostra que maio foi um mês difícil para os fundos de previdência. A maior perda, de 1,49%, foi observada nas carteiras que podem aplicar até 49% do patrimônio em renda variável. O desempenho ainda foi melhor do que o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, que caiu 4,3% naquele mês.

Apenas os fundos de previdência multimercados sem renda variável e com até 15% em ações fecharam maio no positivo (0,16% e 0,12%, respectivamente). Não houve classe, entretanto, que batesse o Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), com rendimento de 0,58% no mês. Também no acumulado do ano, nenhuma das classes bateu o CDI (2,82%), sendo que o melhor retorno, de 1,69%, foi das carteiras de renda fixa.

Os fundos sem renda variável captaram R$ 15,8 bilhões neste ano até maio, enquanto os que têm ações tiveram resgates de R$ 428,4 milhões.

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