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Concorrência tende a aumentar na previdência privada

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Com o alongamento do prazo dos ativos, competição pela rentabilidade do aplicação tende a se acirrar, pois o consumidor, insatisfeito, poderá optar pela transferência do investimento ou migrar para outro fundo

Na avaliação do consultor Cláudio Pires, com a regras recém-estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o segmento de previdência complementar aberta, o consumidor deve ficar atento à performance do seu produto e fazer comparações entre os diferentes planos oferecidos no mercado pelas seguradoras. Ele lembra que o CMN proibiu a redução do prazo dos investimentos dos ativos das reservas, provisões e dos fundos, possibilitando apenas alongamento de prazo dos ativos que compõem a carteira de investimentos.

“No novo formato, o desempenho dos fundos será ainda mais evidenciado, o que vai demandar maior esforço das empresas na gestão de ativos e poderá ser um diferencial entre as seguradoras, resultando em um cenário mais concorrido em rentabilidade”, acredita Cláudio Pires, que é superintendente Financeiro da Mongeral Aegon. Ele é também é membro da Comissão de Investimentos da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) e da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).

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Diante desse cenário, ele diz que o maior desafio do mercado será proporcionar ao investidor a rentabilidade adequada e, ao mesmo tempo, gerenciar o incremento do risco dos ativos provocado pela necessidade de aumento do prazo. “Para os gestores, não é uma tarefa tão fácil, pois a legislação que rege a previdência complementar, aprovada em 2005, necessita, urgentemente, de novas regras. Precisa ser atualizada”, observa o executivo.

A mudança feita pelo governo, segundo ele, atinge os planos PGBL e VGBL, que têm reservas que somam cerca de R$ 300 bilhões. Ele cita que o mercado, no final do ano passado, tinha cerca de 60% do patrimônio aplicados em Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), papéis com juros pós-fixados, ou outros ativos indexados aos Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs), atrelados à Selic. Agora, esses ativos deverão ser substituídos por Notas do Tesouro Nacional série B (NTNBs), corrigidas pela inflação do IPCA ou Letras do Tesouro Nacional (LTN), que são títulos pré-fixados.

Além desses, outros títulos privados com os mesmos indexadores também são agora incentivados pelo novo regulamento. “Pelo lado do governo, a decisão é bastante benéfica, porque aumenta a eficiência da política monetária e é também uma maneira de o Tesouro Nacional alongar o prazo da dívida pública”, comenta, assinalando que a mudança veio para atender também a necessidade que o Brasil tem de obter fontes de financiamento de longo prazo, principalmente para infraestrutura.

Pires conta que uma entidade de previdência aberta que investe em depósitos interfinanceiros não provê fundos para investimento de longo prazo, ao contrário do que acontece no exterior.

No novo contexto, segundo Cláudio Pires, a competitividade trará mais vantagens ao consumidor, que, insatisfeito com o rendimento do fundo, poderá optar por outros investimentos ou até mesmo migrar para a concorrência direta.

Assim, ele entende que o mercado precisa inovar e, agora, terá uma grande janela de oportunidade. Contudo defende também a modernização da legislação, para dar maior grau de liberdade aos gestores dos planos de previdência. “O risco precisará ser administrado, mas quando a gestão é bem feita o retorno é mais do que compensado”, conclui Pires.

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