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Lucro operacional das seguradoras é recorde

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Crise não intimida seguradoras, que põem vendas para crescer expressivos 23,4% em cinco meses, contêm sinistros e despesas e deixam para trás dependência excessiva do ganho financeiro

Mais rigorosas no gerenciamento de riscos e implacáveis nos reajustes de preços de produtos importantes, como da carteira de automóvel, as seguradoras fecharam os cinco primeiros meses do ano contabilizando resultado operacional recorde, exibindo crescimento de nada menos que 224,3% sobre igual período de 2012. Em um ano o lucro operacional pulou de R$ 2,318 bilhões para R$ 7,519 bilhões. Em 2012, esse resultado ficou estagnado na faixa de R$ 2,3 bilhões, o mesmo de 2011.

O desempenho de maio último estabeleceu, pela primeira vez, um quadro mais nítido de independência das seguradoras em relação à área financeira, cujos ganhos, favorecidos pelas altas taxas de juros, eram decisivos até pouco tempo para as transações de seguros fecharem no azul. Pelo menos é o que indicam os dados recém-divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), que não são auditados e não incluem o ramo saúde. Os números oficiais de maio, aliás, apontaram um declínio no retorno das aplicações da carteira de investimentos. A queda foi de R$ 3,420 bilhões, em maio do ano passado, para R$ 2,622 bilhões em maio último: menos 23,3%.

No período, a receita (pelo conceito de prêmio ganho) superou em cerca de R$ 11,3 bilhões as despesas. A sobra cai para perto de R$ 5,8 bilhões, se incluídos, além dos sinistros e das despesas comerciais, os dispêndios administrativos e o pagamento de tributos. Neste caso, o total das despesas gerou um comprometimento de 81% da receita, chamado de índice combinado. No ano de 2012 esse índice situou-se em 85%. Com o ganho financeiro enfraquecido, as seguradoras chegaram a maio último ostentando lucro líquido 6,1% menor, na casa de R$ 5,260 bilhões, apesar do fortalecimento do resultado operacional.

Faturamento

Em cinco meses, as vendas no mercado de seguros brasileiro atingiram R$ 62,127 bilhões, alta de 23,4% sobre janeiro a maio de 2012, a despeito do tímido desempenho da economia. As vendas mostraram vigor mesmo se excluído  o VGBL das contas. Sem tais planos geradores de benefício livre, que têm mais caráter
previdenciário, o mercado exibiu forte crescimento, da ordem de 19,5%. Já as indenizações avançaram em ritmo bem menor que a receita, no patamar de 12,3%, como também as despesas comerciais, com mais 13,8%, os gastos com tributos, 12% superiores, e as despesas administrativas, alta de 15,1%.

O VGBL está entre as carteiras de negócios que mais cresceram até maio. Ao captar R$ 29,227 bilhões, a evolução do produto no período foi de 28,2% sobre os R$ 22,797 bilhões registrados até maio do ano passado. Com essa expansão, sua parcela sobre o faturamento total do mercado pulou de 45,3% para 47% em um ano. Na carteira de pessoas, o aumento das vendas foi de 17,2%, para R$ 10,366 bilhões. Os destaques foram os seguros de viagem (65,3%), auxílio funeral (58,3%), prestamista (28,1%) e desemprego
(36,7%).

Na área dos seguros patrimoniais, a receita deu salto de 16% em um ano, de R$ 3,853 bilhões para R$ 4,472 bilhões. O seguro de engenharia reagiu, ao sair de uma queda de 21,3%, registrada até abril último, para avançar 35,3% no cumulado até maio. Na garantia estendida, o crescimento foi de R$ 67,3% e nos riscos operacionais, de 66,2%. O seguro residencial, por sua vez, saltou 23,4% e o empresarial, 20,2%.

Adicionado às coberturas de assistência e de responsabilidade civil facultativa, o seguro de veículos cresceu 24,2% entre os dois períodos comparados. O faturamento saiu de R$ 9,134 bilhões para alojar-se em R$ 11,344 bilhões em maio deste ano.

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