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Procon de Mogi alerta para cuidados na hora de comprar carros usados

Fonte: G1

Até junho de 2013 foram registradas 88 reclamações sobre o assunto.
Auxiliar diz que comprou carro sem saber que já havia sido batido.


Comente agoraLevantamento feito entre  janeiro e junho deste ano pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), de Mogi das Cruzes, mostra que houve registro de 88 queixas relacionadas à compra de veículos seminovos na entidade. Por causa de uma mudança no sistema, a unidade não tem os mesmos dados referentes a esse período em 2012. Segundo a coordenação do Procon, os veículos usados geram muito mais reclamações do que os 0 km, principalmente por descuido dos clientes na hora de verificar as reais condições do produto.
 
Para comprar carros usados com segurança, o cliente deve sempre pedir a avaliação de especialistas. "Depois que escolher o carro é preciso chamar um mecânico, um despachante. Não se deve levar o carro em dia de chuva, não fazer negócio à noite. Tem que ter a documentação nessa análise para não ter surpresas", afirma o coordenador do Procon de Mogi das Cruzes, Dori Boucault.

Ele conta que justamente a documentação é a principal controvérsia apresentada por quem procura o órgão de defesa do consumidor. "A reclamação é que os documentos não batem com o que foi oferecido. A pessoa que vende fala que o carro era bom, de garagem, aí era alterado o hodômetro e o carro foi muito rodado, de taxista, por exemplo. Daí a importância de ter um especilista por perto", afirma.

"Tem que olhar o estado do câmbio, estado do volante, conferir hodômetro, estado mecânico das partes principais. Na parte de documentação vale chamar um despachante. Mesmo que ele cobre, é um dinheiro bem empregado", continua Boucault.

Por fim, o especilista lembra que produtos duráveis têm uma garantia extra de três meses assegurada por lei. "Você tem também a questão de olhar a garantia. Não existe garantia de câmbio e motor, existe garantia como um todo. Se derem garantia de seis meses são seis meses mais três meses. É uma garantia extra que o código oferece por ser um produto durável, pelo menos três meses", conclui Boucault.
 
O carro de Jardeline, segundo a dona, vale 40% abaixo do preço de tabela (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)

Foi a compra de um carro seminovo  que acabou se tornando uma dor de cabeça para a auxiliar de enfermagem Jardeline Marta da Silva Caetano.

Ela comprou um Honda Fit ano 2005 em uma revendedora de Mogi das Cruzes em abril deste ano e tomou um susto ao descobrir em seguida que o veículo era recusado por seguradoras e avaliado por outras agências por um valor muito menor do que tinha negociado.

A cliente acredita que um problema de vedação que faz com que entre água no porta-malas do veículo seja consequência da reforma pela qual o carro teria passado antes de chegar às suas e mãos e que fez com que seu valor comercial caísse muito. “Esse carro foi batido e recuperado. Fiz uma pesquisa e as agências disseram que ele vale no máximo 40% do valor da tabela”, explica Jardeline, que descobriu o histórico do veículo por acaso.
 
A proprietária conseguiu junto à empresa de perícia cautelar foto do veículo da época em que havia sofrido acidente (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)

A proprietária conseguiu junto à empresa de perícia cautelar foto do veículo da época em que havia sofrido acidente (Foto: Pedro Carlos Leite/G1)A história começou quando poucas semanas depois de adquirir o veículo Jardeline foi à casa de uma amiga e deixou o carro estacionado em frente. O namorado da amiga viu o veículo e falou com ela. “Ele trabalha com perícia cautelar e foi só bater o olho pra me dizer que tinha alguma coisa estranha com o carro. Ele falou, 'não é olho gordo nem inveja mas vai ver esse carro direito porque está estranho'. Eu achei que estava tudo normal”, diz.

A auxiliar de enfermagem resolveu levar o carro para fazer o seguro. “A seguradora recusou. Eu procurei a concessionária e pedi para o vendedor com quem fiz a compra para que arcasse com um exame de perícia cautelar. Ele concordou e me avisou que o carro tinha sido adquirido num leilão. Até aí, para mim, tudo bem”, continua Jardeline.

Ao fazer a perícia, a cliente descobriu que o carro havia sido batido e reformado. “A empresa que fez a perícia que eu pedi era a mesma que tinha feito a perícia quando o carro foi batido”, conta. Ela mostra fotos do carro bastante danificado no lado direito, tanto na parte dianteira quanto na traseira. O porta-malas estava totalmente destruído.

Após ter descoberto o histórico do carro, ela foi atrás de agências de usados para uma avaliação. “Fui em três agências o máximo que me ofereceram por ele foi R$ 5 mil. Eu tinha fechado negócio de compra de R$ 20 mil”, conta.

Jardeline conta que chegou a procurar a agência onde comprou o carro novamente para devolver o carro e pegar outro veículo no mesmo valor, mas que nada foi resolvido. “Só ficaram me enrolando e me enrolando”, reclama.

A decisão dela foi procurar o Procon. Seu objetivo é devolver o carro e pegar de volta o dinheiro que investiu. “No Procon me orientaram a entregar uma carta relatando todo o caso e eles disseram que devem encaminhar meu caso ao Tribunal de Pequenas Causas”, diz

Adquirido em leilão

O vendedor da concessionária, Fábio Santiago, afirma que adquiriu o carro num leilão feito por um banco, após o dono ter parado de pagar o veículo. “Eu comprei esse carro no leilão e tenho as fotos de quando peguei o carro lá, ele estava inteiro. Ela (Jardeline) foi colocar o carro no seguro e disseram que recebeu reparo de funilaria. Tem seguradores que não pegam. Eu cheguei a indicar para ela uma seguradora que aceitaria”, diz.

“Ela falou pra mim que não queria o carro porque o carro era sinistro. Eu falei que não era sinistro, está acusando de uma coisa que eu não faço. Eu paguei o preço justo, o preço de mercado, e revendi para ela abaixo da tabela”, continua Fábio.

O vendedor diz que aceita o carro de volta e devolve o valor já pago até agora pela cliente. “Eu falei que devolvo tudo que ela pagou, mas ela não quer, prefere um outro carro.”

Jardeline diz que prefere seguir com a ação junto ao Procon. “Eu vou continuar pelo Procon porque se ele não cumprir como não cumpriu há 15 dias eu vou ficar de mãos atadas”, diz Jardeline.
 

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