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Seguradoras buscam de ramos diferenciados para bater concorrência

Fonte Brasil Econômico

Generali se lança no ramo de associações e Liberty foca em pequenas e médias empresas

A concorrência no mercado segurador tem feito algumas seguradoras reposicionar sua carteira de produtos, buscando mercados antes pouco explorados em seus negócios. A Generali Seguradora, por exemplo, quer explorar grupos ‘esquecidos’ do mercado segurador que antes tinham que se reunir em associações para conseguir apólices coletivas de seus automóveis de idade avançada. Já a Liberty Seguros, depois de conquistar uma posição de destaque no mercado de seguro de automóveis, trabalha para avançar em linhas voltadas às empresas. Para isso, mapeou as necessidades tanto das pequenas e médias empresas, quanto das grandes companhias a fim de oferecer o produto adequado.

De acordo com Luciano Calheiros, diretor de seguros corporativos da Liberty, são oferecidos para as PMEs serviços e garantias diferenciadas. Já para as grandes corporações, a seguradora trabalha no gerenciamento de risco. “Um pet shop ou um cabeleireiro precisa, além das coberturas tradicionais, de um seguro que cubra danos causados a terceiros. É com essa estratégia que queremos nos diferenciar: oferecer o produto certo de acordo com as necessidades específicas”, diz.

Hoje, as linhas corporativas, incluindo seguro de vida, respondem por 17% do total de prêmios da Liberty, enquanto o seguro de automóveis responde por 83%. “Essa relação pode chegar a 70%/30% nos próximos anos. Mas, dificilmente, a carteira de automóveis não responderá pela maior parcela”, pondera Marcos Marchini, vice-presidente comercial da seguradora.

Para justificar essa previsão, a Liberty quer manter o mesmo ritmo de crescimento registrado pelo mercado de seguro de automóveis, que hoje varia entre 12% e 15%. Para isso, a companhia visa agregar serviços às apólices, bem como fortalecer os canais de distribuição, que são os corretores. “Atualmente ocupamos a quinta colocação nesse mercado e almejamos a liderança. Mas é um segmento muito disputado”, ressalta o executivo.

A Generali Seguradora também aposta na modalidade para alavancar seus negócios no Brasil. Porém, a estratégia da seguradora italiana é diferente das demais: explorar os tais grupos “esquecidos” pelo mercado segurador. “Inúmeras associações e entidades de classe não são atendidas pelas seguradoras brasileiras, principalmente devido à idade da frota de veículos. Para não ficarem sem seguro, os associados se uniam, montavam um grupo e faziam um seguro mútuo, operando às margens da lei”, diz José Ribeiro, diretor-presidente da seguradora. “Neste momento, procuramos identificar quais grupos têm condições de serem legalizados para então ofereceremos um produto adequado”, complementa o executivo.

O número de associações convertidas, contudo, ainda pode ser contado “nos dedos de duas mãos”, diz o executivo. “Iniciamos esse trabalho no final do ano passado, mas não é um processo fácil. Somos rigorosos na escolha da associação ou entidade que será trazida sob o guarda-chuva da lei. Mas esses grupos já representam pouco mais de 20% do total de prêmios das frotas seguradas pela Generali.”

Aliada a essa estratégia, a seguradora aposta em tecnologia para atrair um número cada vez maior de segurados individuais. “Vamos trazer a telemática, já aplicada no mercado italiano e inglês para o Brasil”, afirma Ribeiro explicando que a telemática é um chip que fornece não só a localização do veículo, como também o perfil do motorista - se ultrapassa os limites de velocidade e se dirige bem. “Se seu perfil for considerado bom, terá vantagem no preço a ser pago”, completa.

Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a carteira de automóveis da Generali cresceu quase 200% em 12 meses, ao saltar de R$ 58 milhões ao final do primeiro quadrimestre de 2012 para R$ 168 milhões no mesmo período deste ano. Já o índice de sinistros recuou de 89% para 78% em igual período de análise.

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