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Apenas 5% dos brasileiros contratam seguro de vida, mostra pesquisa

Fonte: Extra

RIO - Apesar de movimentarem um mercado em crescimento, que ultrapassou a marca dos R$ 9 bilhões em 2012, os planos de seguro de vida ainda são pouco atraentes no Brasil  . De acordo com uma pesquisa realizada encomendada pela Icatu Seguros ao Ibope Inteligência, obtida com exclusividade pelo GLOBO, apenas 5% dos brasileiros contratam esse tipo de proteção. O percentual também é baixo entre os que afirmam ter seguro pago pelas empresas em que trabalham, de 7%. Já na classe C, não passa de 3%. A explicação dos números, considerados tímidos pelo mercado, pode estar em uma cultura de educação financeira incipiente no país e no baixo valor simbólico que esse tipo de proteção tem no imaginário do consumidor, afirmam especialistas.

Para chegar às estimativas, o Ibope ouviu 2.002 pessoas em todas as regiões do país. A pesquisa foi feita com base nas declarações dos entrevistados. Ou seja, no caso dos planos empresariais, é possível que haja pessoas que têm planos pagos pelas empresas, mas não sabem que contam com a cobertura. Isso mostra como a importância dada a esse tipo de produto é baixa.

De acordo com a diretora de produtos e marketing da Icatu, Aura Rebelo, o levantamento é um alerta para o segmento, que vai precisar se adaptar para atrair mais clientes. A empresa tem buscado implantar assistências extras, como orientação nutricional e auxílio funeral, para aumentar a percepção de valor do produto.

- A classe C, assim como as regiões Norte e Nordeste (ambas as regiões com 2% de penetração), têm enorme potencial para crescimento nesse campo de educação financeira. Por isso, estamos colocando assistências no plano, como nutricional e funeral, esse último muito valorizado pelos clientes. São acessórios que vão tendo mais a cara de uma região ou de outra -afirma Aura.

Para a professora de comportamento do consumidor da ESPM e do Ibmec, Hilaine Yaccoub, é um desafio atribuir valor a um produto que não tem benefício imediato, como o seguro de vida. Segundo cálculos da Icatu, um plano com capital segurado de R$ 1 milhão custa R$ 136 por mês, em um dos planos da empresa. Mas a especialista destaca que é mais comum que o consumidor prefira destinar o dinheiro  a uma prestação de TV, por exemplo.

- O objeto é uma forma de comprovação da melhora de vida. É por isso que o parcelamento dá tão certo no Brasil  . É a cultura do imediatismo. As pessoas não pensam muito em futuro, e isso não vale  apenas para as classes populares. Tem muita gente nas elites que investe em imóvel, mas não investe em previdência -analisa Hilaine.

Mercado cresceu 7% em 2012

De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o segmento movimentou R$ 9,2 bilhões em 2012, alta de 7% em relação ao resultado do ano anterior. Os números mais recentes também apontam para crescimento. No acumulado de 2013 até maio, o segmento já acumula aumento de 15,63%, com um volume de R$ 4,5 bilhões.

Apesar do cenário de alta, o presidente da entidade, Osvaldo do Nascimento, admite que o mercado enfrenta dificuldades culturais para crescer.

- Comparando com outros países, a gente vê que, no Brasil  , o próprio Estado protege o cidadão. Quando o consumidor vê necessidade de contratar um seguro, geralmente está relacionado a temas mais tangíveis: casa, carro etc. Ele sente necessidade de um seguro para não deixar uma dívida para a sua família -analisa Nascimento.

Hoje, segundo a Fenaprevi, a penetração do seguro de vida, medida pela relação entre o montante de receita de prêmio e o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços  produzidos no país), está em 4%. Em países como os EUA, essa relação é de 8%, mas a estrutura de proteção social também é diferente. Para os próximos cinco anos, a expectativa do setor é dobrar essa penetração, para 8% do PIB.

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