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Aumento da renda cria clima para os seguros no Ceará

Fonte: Diário do Nordeste

No último semestre, foram R$ 1,4 bi em prêmios diretos, R$ 200 mi a mais que o total registrado em igual período de 2012

Diante do aumento do poder aquisitivo do brasileiro e da consciência de que é preciso cuidar do patrimônio, assim como garantir um futuro tranquilo para a própria família, o mercado nacional tem percebido a expansão do setor de seguros. A previsão é que sejam movimentados em prêmios diretos, apenas neste ano, R$ 298,4 bilhões no País. No ano passado, esse resultado ficou em R$ 128,9 bilhões, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Seguindo essa tendência, o Estado tem se apresentado com o terceiro maior mercado securitário do Nordeste. Apenas nos primeiros seis meses de 2013, foram movimentados R$ 1,4 bilhão em prêmios diretos no Ceará. Em igual período do ano passado, esse número chegou a R$ 1,2 bilhão. Ao todo, em 2012, foram alcançados R$ 2,6 bilhões. Das 122 empresas corretoras de seguro que atuam no Brasil, 95 já estão no Estado.

O que causa esse movimento tem relação direta com os diferentes acontecimentos locais, que motivam, cada vez mais, a necessidade desse tipo de produto. A violência urbana, com os crescentes casos de roubos e furtos de veículos, além de estimular a procura, reflete no encarecimento dos contratos. Além disso, o próprio fenômeno da seca, que voltou a assolar o Nordeste há dois anos, pode impulsionar um nicho ainda pouco explorado na região, minimizando os efeitos da estiagem.

No âmbito empresarial, o surgimento de novas microempresas cearenses possibilitam a criação de um produto mais específico, voltado para a realidade empreendedora do Estado.

"Há uma frase que se fala muito no mercado de seguros: não existe país desenvolvido sem um mercado de seguros desenvolvido", afirma o corretor de seguros e coordenador do site Tudo Sobre Seguros, João Paulo Mello.

Segundo ele, a ascensão social de parte dos brasileiros tem provocado a inclusão de novos consumidores. "O mercado de seguros tem uma tendência de crescer sempre mais que o PIB (Produto Interno Bruto) e mais que a economia como um todo. Os seguros têm crescido a uma taxa de 15% a 20% ao ano".

João Paulo ressalta que o princípio básico da atividade surge com a necessidade do ser humano de proteger o patrimônio e o futuro dos entes queridos, a partir da noção de mutualismo - em que as pessoas se juntam e, através da cotização dos prejuízos, repõem o bem de quem sofreu com uma perda.

"Nas caravanas de camelos - que iam para o Oriente buscar bens para vender -, quando acontecia uma tempestade de areia e alguns perdiam o que tinham, os outros repunham. Mas, algumas vezes, não dava certo, pois o prejuízo era tão grande que não se conseguia repor. É daí que vem a seguradora: entidade privada, constituída por acionistas, que têm capital suficiente para bancar riscos".

Para que a lógica funcione bem, ressalta, é preciso que o segurado informe todos os dados corretamente e tenha "boa fé" ao acionar a seguradora. "O preço do seguro é definido conforme a quantidade de sinistros. Quando ocorre aquilo que o consumidor contratou para cobrir, a seguradora coloca a indenização no preço dos seguros dos outros. Passar informação errada não é uma fraude contra a seguradora, mas à coletividade", afirma.

Demandas

Apesar de ainda ser mais forte a demanda por seguros pessoais e de automóveis, outras áreas tem ganhado espaço. Empresas têm desenvolvidos produtos que atendem às novas necessidades do mercado, como seguros específicos para smartphones.

Um exemplo disso é o fotógrafo Jarbas de Oliveira, que, para proteger o próprio objeto de trabalho, contratou um seguro do equipamento desde 2000. "Fui o primeiro do Nordeste a comprar uma câmera digital, que custava US$ 22 mil. Comprei lentes e notebook que, naquela época, não era barato como hoje", diz.

Segundo ele, só havia uma empresa seguradora para esse tipo de equipamento. Apesar de ter deixado o seguro vencer, ele diz que, em breve, vai contratar novamente. "Vale muito a pena e nunca me arrependi, pois há um risco bem maior de roubo que antigamente", diz
 
Segundo o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros, Capitalização, Previdência Privada e de Empresas Corretoras de Seguros do Ceará (Sincor-CE), Manoel Nésio Sousa, coberturas para empresas produtoras de energia eólica e solar, assim como para grandes indústrias, são exemplos de novos mercados explorados pelos corretores cearenses. "Geralmente é feita com resseguro, como um consórcio de seguradoras, por conta da indenização ser alta", afirma.

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