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BH: Servidores públicos são alvo de golpe do seguro de vida

Fonte: O Tempo
 
Somente neste ano, Seplag já recebeu 16 reclamações de vítimas
        
Natália Oliveira
 
Um casal de idosos da região metropolitana de Belo Horizonte foi vítima de um golpe que parece ter como alvo servidores públicos estaduais. O idoso de 81 anos é funcionário público aposentado e pediu para um corretor cancelar seu seguro de vida antigo, mas acabou ganhando duas novas dívidas. Segundo a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), somente neste ano, pelo menos 16 servidores reclamaram de terem caído em golpes envolvendo o seguro de vida.
 
A filha do casal – que preferiu anonimato – contou que o suposto corretor foi até a casa dos idosos para oferecer novos seguros, mas seus pais afirmaram não ter interesse. No entanto, o homem logo se prontificou a fazer o cancelamento de um antigo seguro de vida. “Meus pais assinaram documentos e passaram dados pessoais acreditando nisso, mas o corretor fez outros dois seguros de vida para eles”, relatou.
 
As cobranças tiveram início no começo deste ano, e duraram sete meses. “Eu só vi os descontos em julho, e aí pedi o cancelamento. As cobranças eram descontadas direto na folha de pagamento do meu pai. Uma custava R$ 83 e a outra, R$ 80, fora outros R$ 12 que vinham associados a um dos seguros”, detalhou a filha. O casal pagou ainda uma taxa única de R$ 230.
 
Os valores cobrados eram de duas seguradoras que prestam serviço para servidores públicos. As duas empresas foram procuradas pela filha do casal, que conseguiu cancelar os contratos e foi também ressarcida. A reportagem de O TEMPO procurou os responsáveis pelas empresas, mas ninguém foi encontrado.
 
Estelionato

Segundo informações levantadas pela filha do casal, o corretor que vendeu os seguros e um outro profissional que seria responsável pelas duas empresas têm os mesmos nomes de dois homens que já foram presos pelo crime de estelionato na cidade de Divinópolis, região Centro-Oeste do Estado, em março deste ano. Eles acabaram soltos. A reportagem tentou contato com o delegado responsável pela prisão, mas ele não foi encontrado.
 
Já o delegado Cesar Matoso, responsável pelos crimes de estelionato na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes Cibernéticos (Deicc), disse que, a princípio, o golpe aplicado nos idosos não se caracteriza como um estelionato.
 
“Aparentemente, houve a assinatura de um contrato do qual as famílias devem pedir a rescisão. Cabe um processo por danos morais, mas é claro que é preciso investigação mais aprofundada”, afirmou Matoso.
 
A filha do casal registrou um boletim de ocorrência e encaminhou uma carta à Seplag pedindo que qualquer desconto feito na folha do pai dela seja autorizado apenas pessoalmente.
 
 
NÚMEROS
Crime. Segundo dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), foram 11.376 casos de estelionato, de janeiro a julho deste ano. Em 2012, foram 13.506 crimes no mesmo período, e 22.007 em todo do ano.

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