Breaking News

CE: Modalidade vida deve continuar avançando

Fonte: Diário do Nordeste

A procura por esse tipo de seguro está ligada também à violência urbana em cidades como Fortaleza
O falecimento de um irmão, aos 40 anos, foi um dos motivos que levaram o aposentado Belarmino Duarte, de 72 anos, a se preocupar com o que aconteceria caso ele não estivesse por perto para cuidar da esposa e dos filhos. "Quando ele (o irmão) morreu, deixou muito pouco para a esposa", relata o aposentado, que há mais de 30 anos decidiu fazer um seguro de vida para garantir que o mesmo não aconteceria à sua família.

O aposentado Belarmino Duarte, de 72 anos, ao se preocupar com o que aconteceria caso ele não estivesse por perto para cuidar da esposa e dos filhos, há mais de 30 anos, decidiu fazer um seguro de vida

Associado, entre outros fatores, ao aumento da renda da população, atitudes como a de Belarmino têm se tornado mais frequentes entre os brasileiros. Hoje, os seguros de vida respondem por cerca de um terço dos prêmios arrecadados, em todas as categorias, no País.

Evolução

O número de contratados, afirma o professor da Escola Nacional de Seguros Antônio Castello Branco, deve continuar crescendo nos próximos anos. Um dos principais motivos para isso, destaca, é o fato de os brasileiros se mostrarem mais abertos a esse tipo de seguro.

"Antes, não tinha tanto essa preocupação. Quando o corretor oferecia o seguro de vida, o cliente até se assustava, e considerava aquilo mau agouro. Hoje, o cliente já entende isso tudo de outra forma, vê que isso é uma prevenção", compara. Ele destaca que o Ceará é um dos principais estados, no Nordeste, onde o seguro de vida tem sido mais buscado.

Violência urbana

Outra razão para a alta procura por esse tipo de segura, acrescenta, é o aumento da violência urbana, nos últimos anos, na maior parte das capitais, a exemplo do que tem acontecido em Fortaleza.

"Essa é uma das coisas que pesa, que também preocupa", comenta Belarmino Duarte, que também tem a casa e o carro segurados.

Embora os seguros, somados, representem uma parcela considerável da renda de Belarmino, que também é microempresário, ele afirma não se arrepender do investimento e diz tentar passar a mesma lição para os filhos, hoje já adultos.

Para Castello Branco, apesar do aumento da violência urbana e da busca pelo serviço, o preço do seguro de vida não deve sofrer grandes mudanças a curto prazo, já que há um número elevado de clientes e de empresas que atuam no ramo, o que estimula a competitividade entre as companhias.

Conforme explica o corretor e coordenador do site Tudo Sobre Seguros, João Paulo Mello, o seguro de vida também pode cobrir casos de invalidez ou ocorrência de determinadas doenças. " Se a pessoa perder a capacidade de gerar recursos, vai se tornar um ônus para os familiares, porque ficou inválida e não consegue trabalhar. E nem sempre a Seguridade Social atende todas as necessidades", aponta.

Fatores

Mello explica que o preço dos seguros de vida variam conforme uma série de fatores, entre os quais estão a idade do segurado, o estado civil, o número de filhos, quais são as despesas mensais no lar e de que forma essas despesas são divididas entre os membros da família.

"O consumidor dá as informações para que o corretor as traduza em números e apresente o valor a ser pago". Ele acrescenta ainda que a maior parte dos seguros de vida são anuais, podendo ou não ser renovados. (JM)

´Garantia de viver com tranquilidade´

Diferentemente dos cidadãos que não dão tanta importância aos seguros por achar que nunca vão precisar deles, o dentista Renato Maia, 45 anos, vê nesses produtos uma garantia de tranquilidade em determinadas situações inesperadas ou de risco. Ele conta com seguro de vida, residencial, empresarial e de automóveis. "Para mim, é algo obrigatório. Na sociedade de hoje, com todo esse contexto de violência urbana e no trânsito, acho fundamental. Isso sem falar nos imprevistos. Sabendo que conto com todos esses seguros, vivo de forma mais tranquila com minha família", ressalta.

Na vida do dentista Renato Maia, seguros são obrigatórios. Assim, ele consegue trabalhar e curtir com a família sem tantas preocupações

Ele já utilizou seguro de automóveis quatro vezes. A última foi há cerca de seis meses, para o reparo do carro utilizado nos serviços logísticos de seu consultório. Segundo conta, seu motorista dirigia a caminhonete em Fortaleza, quando um outro condutor avançou a preferencial e ocasionou a colisão. Com o impacto, o veículo dele ainda bateu em um poste.

Felizmente, ninguém sofreu ferimentos graves. Mas, para consertar o veículo, adquirido pelo dentista em 2008, foram necessários R$ 48 mil, valor coberto pela seguradora.

"Tive toda a assistência necessária. E se não fosse o seguro? A pessoa que avançou a preferencial não teria condições de custear o conserto", analisa.

Só neste ano, o analista de mídias sociais Rodrigo Lima, 24 anos, teve dois smartphones roubados. A última vez foi em maio. No momento que foi pegar a documentação do aparelho para fazer o boletim de ocorrência, descobriu que o celular tinha seguro. "Eu comprei o smartphone em março, por R$ 700. Quando olhei a nota, percebi que haviam cobrado um valor adicional de R$ 50 referente ao seguro, mas não me disseram isso no momento da compra", lembra.

Rodrigo, então, procurou o estabelecimento onde adquiriu o produto e foi informado de que precisaria ligar para a seguradora responsável. Enviou à empresa toda a documentação necessária e, em 20 dias, recebeu R$ 630, o que corresponde a 90% do valor do smartphone.

Precaução

Embora nunca tenha dado importância a seguros, ele diz que, a partir de agora, vai priorizar essa questão. Ele está planejando a compra de um tablet e deseja ficar resguardado. Pretende, ainda, fazer um seguro para o seu automóvel.

"Ando muito pela cidade, a probabilidade de ser assaltado é grande. Hoje em dia, só o alarme não resolve. Vou seguir o exemplo do meu pai, que tem seguro até dos pneus do carro. O brasileiro ainda precisa entender que isso é importante", fala. (RS)

Proteção residencial ainda é pequena

A casa própria normalmente é o bem mais caro conquistado pelo brasileiro, ao mesmo tempo que está no topo da lista dos objetivos de consumo. Porém, não é todo mundo que está preocupado em segurar o bem mais valioso. De janeiro a julho deste ano, foram movimentados em prêmios diretos de seguro compreensivo residencial no Ceará R$ 13 milhões - bem abaixo dos R$ 279 milhões dos seguros automotivos durante o mesmo período do Estado.

De janeiro a julho, foram movimentados em prêmios de seguro residencial no Ceará R$ 13 mi, bem abaixo dos R$ 279 mi de automotivos FOTO: GUSTAVO PELLIZZON

Por outro lado, o Corpo de Bombeiros registrou 884 incêndios residências em Fortaleza e na região metropolitana durante todo o ano passado, dos quais 151 foram em apartamentos e 733 em casas. Já neste ano, foram identificados 336 ocorrências de incêndios.

"A pessoa que é a dona da casa acha que não vai pegar fogo ou ser roubada. Por esse motivo, há uma pequena aceitação por parte dos clientes. Se hoje a frota de carros de Fortaleza tem um total de até 40% segurada, nas casas não chega nem aos 10%", afirma o corretor de seguros Marco Sena, que atua na empresa Marco & Sena.

Desconhecimento

Segundo ele, dentre os principais motivos para a baixa procura está o desconhecimento sobre os preços, além das possibilidades de coberturas.

Ele projeta que um apartamento avaliado em R$ 100 mil pode ter um seguro contra incêndio em torno de R$ 200 a R$ 300 anuais, ficando mais alto se incluir a cobertura a roubo. Marco também destaca que, além da cobertura de incêndios, a apólice pode incluir outras subcoberturas, como contra chuvas, alagamentos e curto circuito, por exemplo.

Preservação do patrimônio

Pensando em garantir o bem, a bancária Fernanda Moreira, 35 anos, contratou o seguro para a residência desde 2011. "O que motivou foi a preservação do patrimônio, principalmente pela cobertura de roubo, porque nós viajamos e temos medo de deixar a casa só", afirma. Segundo a bancária, o seguro também cobre incêndio e desabamento.

Como é funcionária do banco que oferece o produto, ela diz que o pagamento é feito em 12 parcelas de R$ 29. Conforme Fernanda, os demais clientes podem adquirir o produto em até quatro parcelas. "Para incêndio, a cobertura é R$ 100 mil e R$ 9 mil para roubo", explica

Proteção

O diretor de Riscos Comerciais e Industriais da SulAmérica, Luis Alberto Mourão, também ressalta que o consumidor deveria destacar como uma das suas maiores preocupações proteger o seu patrimônio de alto valor e importância. "Antes mesmo do automóvel e apenas depois da saúde e da vida do indivíduo, o seguro residencial tem como objetivo garantir o maior bem do cidadão, que é seu lar", afirma.

Ele comenta que os custos referentes a cada cobertura, que podem compor a apólice contratada, são calculados a partir das características de cada região.

"Logo, um local que não é afetado por um determinado fenômeno climático ou por uma série de outros fatores de risco, terá impacto menor no preço. E assim ocorre com outras coberturas também", afirma o especialista na área. (GR)

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario