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Corretagem puxa lucro da BB Seguridade

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

A BB Seguridade chegou à bolsa de valores valendo mais do que as projeções iniciais do próprio Banco do Brasil e dos bancos coordenadores da oferta de ações inicial (IPO). A avaliação levava em conta a corretora de seguros do banco sob o seu guarda-chuva, atividade que depende apenas das vendas de seguros nas agências bancárias, e não da oscilação dos pagamentos de indenizações, como os resultados de suas concorrentes Porto Seguro e SulAmérica. Em seu segundo balanço como empresa de capital aberto, essa unidade de negócios mostra que, de fato, traz resultados robustos para a companhia.

O braço de seguros, previdência aberta e capitalização do Banco do Brasil reportou lucro líquido de R$ 550,3 milhões no segundo trimestre, avanço de 31,4% em relação ao mesmo período do ano passado em termos ajustados (excluindo itens extraordinários do segundo trimestre de 2012). Este trimestre não apresentou nenhum efeito extraordinário, segundo balanço divulgado ontem.
 
 
 
Só a corretora, que responde por 42% do resultado, reportou lucro de R$ 231,6 milhões no trimestre, um crescimento de 41,8% em 12 meses. A receita desse negócio cresceu 28,8%, a R$ 446,8 milhões. "A corretora tem uma margem muito boa e contribui para o crescimento de 31% do lucro da BB Seguridade, um avanço importante diante de um crescimento modesto da economia", avalia João Salles, analista da Lopes Filho.

As outras operações também apresentaram ganhos robustos: o lucro da unidade de seguros de vida e rural avançou 26,3% (a R$ 197,2 milhões), o da operação de previdência aberta cresceu 24,7% (R$ 144,6 milhões) e o da unidade de seguros de danos e patrimônio subiu 53,8% (R$ 79,6 milhões).

O único negócio que apresentou resultado mais fraco foi o de títulos de capitalização, afetado pelo mau desempenho do resultado financeiro. A operação apresentou lucro líquido de R$ 28,3 milhões, um recuo de 21,9% na comparação com o resultado ajustado. O resultado financeiro foi negativo em R$ 3,7 milhões no período, ante ganho de R$ 40,7 milhões no segundo trimestre de 2012.

"O crescimento dos resultados decorre da expansão dos negócios, que elevou os resultados das coligadas de seguros, previdência e capitalização, além de proporcionar crescimento das receitas com corretagem. O desempenho do período ocorreu mesmo em um cenário adverso para o resultado financeiro das coligadas, impactado principalmente pela elevação das taxas de juros no mercado futuro", diz a companhia em relatório.

No balanço, a BB Seguridade destacou que houve crescimento de 65,4% da receita com juros de instrumentos financeiros, que totalizou R$ 29,2 milhões, "justificado pelo crescimento das receitas com aplicações em operações compromissadas, resultante do crescimento no volume dessas aplicações". No fim de junho, o caixa e equivalentes da companhia somava R$ 1,7 bilhão, um aumento de 81,5% em 12 meses. A conta é composta, quase em sua totalidade, por aplicação em operações compromissadas lastreadas por LFTs.

O resultado financeiro das operações, porém, continua vacilante e apresentou queda de 22% na operação de seguros de vida, 48% na unidade de seguros patrimoniais e 12% na operação de previdência. O recuo dessa linha do balanço ocorreu por conta da queda da taxa média Selic de 8,87% no segundo trimestre de 2012 para 7,53% no mesmo período deste ano, o que afetou o rendimento de títulos pós-fixados remunerados a CDI. A companhia também citou a elevação nas taxas de juros futuras, que contribuiu para a desvalorização tanto da carteira de títulos prefixados quanto dos atrelados à inflação. No caso de previdência e capitalização, o desempenho foi impactado principalmente pelo efeito negativo da marcação a mercado dos títulos de renda fixa.

A companhia apresentou projeções para o seu desempenho em 2013. A estimativa para o retorno sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) ajustado ficou entre 37% e 41%. Esse indicador fechou o primeiro semestre em 38,1%, considerando a distribuição de dividendos de R$ 817,8 milhões anunciada ontem (equivalente a 80% do lucro). O lucro líquido atingiu R$ 1,022 bilhão no primeiro semestre. A projeção para o crescimento dos prêmios da operação de vida e rural é entre 37% e 49% e da unidade de seguros patrimoniais de 15% a 20%. A estimativa de avanço da arrecadação de previdência aberta é entre 30% e 40% e de títulos de capitalização, entre 50% e 65%.

Os resultados do trimestre vieram fortes, como esperava o mercado, mas a ação da BB Seguridade fechou em queda ontem.
 

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