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Microsseguro vira notícia que não convence e ainda exclui corretor

Fonte CQCS - Pedro Duarte

“Apesar de todo alarde, não conheço nenhuma experiência com microsseguro no Brasil que tenha dado certo”. A declaração é do corretor José Cesar Caiafa, da Flex Seguros (São Paulo/SP), que apresentou hoje (14/08) a palestra “O Desafio do Microsseguro”, na sede da Associação Paulista dos Técnicos de Seguro (APTS), em São Paulo.

Caiafa trouxe o relato da experiência que começou no início deste ano com o lançamento de um bilhete de Acidentes Pessoais, com custo de R$ 27,00 por ano e coberturas de morte e invalidez (total ou parcial), além de assistência funeral e sorteios mensais de R$ 50 mil. Previsto para ser distribuído unicamente em bancas de jornais, o produto ainda não convenceu a população e os resultados não tem sido satisfatórios.

Responsável pelo projeto, Caiafa ressaltou que o modelo de distribuição escolheu as bancas pela visibilidade e capilaridade dos pontos de venda. “Quem é que não se depara todo dia com uma banca de jornal? No Brasil, são mais de 26 mil, o que significa uma rede bem maior que a do Magazine Luiza, por exemplo, que tem 650 lojas em todo o país”, reforça.

Em busca de respostas para melhorar o desempenho da operação, hoje concentrada em 20 bancas da capital paulista, Caiafa fez paralelos com uma pesquisa da Souza Cruz, que mapeou o comportamento do consumidor. De acordo com o estudo, a banca é o lugar ideal para comprar cigarros, por exemplo, por que as pessoas entram, compram e saem, sem pegar filas.

“Isso ‘mata’ qualquer seguro que precise de um mínimo de explicação, pois a maior parte do público não quer perder tempo em bancas de jornal. Até existem as pessoas que ficam um pouco mais, escolhendo revistas ou produtos diversos, de chocolate a boné, de doces a guarda-chuvas, mas para esses clientes o microsseguro traz o desafio do novo”, sustenta Caiafa.

Agentes e prepostos

Outro problema detectado diz respeito à regulamentação de agentes e prepostos. Segundo as recentes consultas públicas promovidas pela Susep, o agente será pessoa jurídica ligada às seguradoras, enquanto o preposto será pessoa física ligada aos corretores. “Então, credenciar preposto poderá ser, na prática, assinar carteira”, argumenta Caiafa.

É assim que o modelo atual exclui o corretor da distribuição do microsseguro e cria um ambiente muito favorável para que a modalidade decole nas mãos das grandes lojas de varejo e correspondentes bancários.[2]

“Os Correios, por exemplo, contam com mais de 13 mil pontos que podem se tornar agentes do Banco do Brasil. No caso das vendas de microsseguro em bancas, o modelo da Susep é mais um fator de desafio, considerando que esses pontos de vendas funcionam como pessoas físicas e, portanto, só poderiam comercializar seguros como prepostos”, conclui Caiafa.

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