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BTG vai dar garantias a financiamentos de infraestrutura

Fonte: Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

O BTG Pactual vai dar garantias financeiras para o financiamento das concessões de infraestrutura por meio de seu braço de seguros. As garantias serão oferecidas para bancos públicos, privados e para o mercado de capitais, segundo André Gregori, sócio e chefe do braço de seguros do banco.
Segundo ele, a seguradora vai dar cobertura para empréstimos tradicionais, garantindo o pagamento de um crédito dado por um banco, além de garantias financeiras para "project finance", debêntures e outras estruturas via mercado de capitais. "Hoje essas estruturas mais complexas não encontram amparo no mercado de seguros", diz Gregori.

Como mostrou reportagem do Valor, publicada em 30 de agosto, o aspecto das garantias ao financiamento dos projetos é um dos pontos cruciais para o apoio dos bancos às concessões de infraestrutura. As instituições financeiras estão alinhando o assunto com o governo e esses instrumentos de seguro garantia seriam uma alternativa.

O que hoje várias seguradoras oferecem no Brasil é o seguro garantia tradicional, que cobre a entrega de obras e serviços conforme o contrato, mas não o financiamento do projeto. Existe também o seguro de crédito tradicional, que cobre a inadimplência do crédito mercantil, entre duas entidades não financeiras, caso de empresas produtoras e seus fornecedores. "Vamos dar garantia para o crédito financeiro puro", afirma Gregori.

Há também algumas iniciativas de agências de crédito de governos europeus para dar garantias financeiras a negócios feitos no Brasil, mas elas normalmente entram em projetos que envolvem empresas de sua terra natal, caso da agência do governo da Itália, a Sace, que já deu garantias financeiras para empréstimos da Vale e da Petrobras com o objetivo de incentivar a aquisição de equipamentos e serviços de empresas italianas.

Para suportar o negócio, o BTG Pactual aportou no mês passado R$ 250 milhões em sua recém-criada resseguradora, o que adicionado ao capital atual e mais ao da seguradora somam um capital de R$ 400 milhões do braço de seguros do grupo. Quanto maior o capital, maior a capacidade de aceitação de riscos a companhia tem.

Gregori não revelou o valor máximo de garantia que o braço de seguros do BTG pode dar, mas disse que tem capacidade para dar garantias bilionárias, fazendo frente aos grandes projetos de infraestrutura.

Isso não quer dizer que todo o risco ficará dentro das companhias de seguros do grupo. Um dos pilares do mercado de seguros é a diluição de riscos. Neste caso, a resseguradora do BTG divide parte de seu risco com outras resseguradoras, mecanismo conhecido como retrocessão.
 

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