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Automóvel mantém liderança no setor

Fonte: Valor Econômico

Por Denise Bueno | Para o Valor, de São Paulo

O seguro de carro é a grande vedete do setor de seguros, representando 19% das vendas totais do faturamento das seguradoras, com quase R$ 30 bilhões estimados para 2013. Se considerarmos apenas a venda de seguros patrimoniais, o automóvel responde por 52%. Sem qualquer esforço, os corretores renovam as apólices de mais de 12 milhões de segurados, base que se mantém ao longo dos anos, conta Marcelo Sebastião, diretor de automóvel da Porto Seguro, a maior seguradora de carros do Brasil, dona de um market share de 25,3%., seguida por BB Mapfre, Bradesco, SulAmérica e HDI, que juntas respondem por 68% das vendas do seguro de veículos no Brasil.

A população já conhece os benefícios desse seguro, que devolveu aos clientes 62% das vendas em forma de indenizações e serviços. Boa parte do valor foi para clientes adquirirem um carro novo para repor o roubado. Outra parcela para pagar oficinas mecânicas que consertaram a lataria danificada por acidentes. E uma ínfima parcela foi usada por clientes que causaram um acidente e tiveram o patrimônio preservado ao usar o seguro de responsabilidade civil para indenizar terceiros.

O desafio do setor está em crescer. Para conquistar o consumidor daqui para frente será preciso muito mais do que serviços de guincho, motorista amigo ou prestador de serviço que vai em casa para consertar eletrodomésticos. Será preciso melhorar o preço e conquistar novos mercados, segundo revelam pesquisas internacionais sobre o segmento. Estudo da Lucintel, líder global em consultoria de gestão de empresa e pesquisas, em 2012 as vendas mundiais de seguro de carro chegaram a US$ 559 bilhões e deverão ultrapassar US$ 650 bilhões em 2017.

O estudo internacional revela que o seguro de automóvel continuará sendo o motor da indústria mundial de seguros, tanto pelo aumento médio da renda da população, principalmente em países emergentes, como também por trazer rentabilidade interessante para as seguradoras com gestão eficiente dos riscos. Um quesito no qual as seguradoras brasileiras se destacam.

José Roberto Castiglione, consultor especializado em seguros, conta que a margem das seguradoras passou a representar 18,9% dos prêmios ganhos no acumulado deste ano até agosto, um salto de sete pontos percentuais sobre os 11,6% registrados no mesmo período do ano passado. "As reduções da sinistralidade retida e das despesas com comercialização justificam esse desempenho. A primeira passou de 66,9% dos prêmios ganhos para 61,9% no período. Já a segunda representou 19,2% dos prêmios ganhos contra 21,5% de 2012", explica.

Os dados da Lucintel mostram que o Brasil representa apenas 2,6% do mercado mundial. Como é o quarto maior país do mundo em vendas de carros, há um espaço enorme a ser conquistado. Outras estatísticas revelam o potencial de crescimento das vendas locais. Alguns falam que 30% da frota circulante no Brasil está segurada. Outros afirmam que apenas 12 milhões de pessoas têm seguro. E ainda há os que contabilizam que 80% das pessoas que têm seguro são proprietárias de veículos com até 5 anos de uso.

Uma das estratégias para aumentar a base de segurados é baratear o custo do seguro para carros com mais de cinco anos de uso. Para que isso aconteça, as empresas de seguros aguardam a aprovação do PLC 38/2013, que regulamenta o funcionamento de empresas de desmontagem de veículos. "A expectativa da FenSeg é que a medida permita o controle e a rastreabilidade das peças usadas reaproveitadas com o desmonte de veículos, o que, com certeza, terá forte impacto para a redução do roubo e furto e, consequentemente, no preço final", aposta Freitas.

Ampliar a base de distribuição para chegar ao consumidor também está no radar das seguradoras, principalmente daquelas sem canal bancário.
 
 

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