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AXA vai abrir resseguradora no Brasil

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

A francesa AXA, maior seguradora em volume de receitas do mundo, decidiu abrir uma resseguradora local no Brasil. A decisão se soma ao plano da companhia de voltar ao país abrindo uma seguradora focada em riscos corporativos.

A companhia já pediu as autorizações para a Superintendência de Seguros Privados (Susep) para a operação das companhias - seguradora e resseguradora, segundo um executivo a par dos planos da companhia, que pediu para não ter o nome revelado.

Desde o ano passado, executivos europeus da AXA têm desembarcado no Brasil para desenhar a estratégia de atuação no país, mas a aprovação final para o negócio foi dada pelo conselho de administração da companhia apenas em julho.

A companhia de seguros vai atuar em todas as linhas de seguros corporativos: patrimonial, transportes, riscos de engenharia, linhas financeiras, energia, entre outros. No plano da companhia não está previsto no momento atuar no varejo, segmento que depende muito do canal bancário e no qual já atuou no passado no país. A AXA está, portanto, recomeçando no Brasil.

Em 2003, a companhia vendeu sua operação de seguro de automóveis para a Porto Seguro, que deu origem a Azul Seguros. Já os programas de seguros de companhias globais passaram a ser emitidos pela SulAmérica, no que é chamado no jargão de mercado de "fronting" - caso em que uma seguradora local emite a apólice, mas o risco é assumido por outra companhia. Estima-se no mercado que o volume de prêmios fruto dessa parceria seja de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões, volume que agora pode ser transferido para a carteira própria.

A resseguradora deve, a princípio, apoiar a operação da própria seguradora. No Brasil há três modalidades de companhias de resseguros. A AXA vai abrir uma local, que exige capital mínimo de R$ 60 milhões - o segmento tem reserva de mercado de 40%. O executivo próximo à companhia disse que a matriz vai aportar um capital bastante superior ao mínimo exigido, para aumentar a sua capacidade de absorção de riscos.

A AXA já tem no Brasil uma ressegurada eventual - que não precisa aportar capital no país, apenas de registro na Susep, que concedeu autorização para a companhia em outubro do ano passado. A companhia deve manter sua licença mesmo após a abertura de uma companhia local.

Várias companhias estrangeiras mudaram sua estratégia no país depois que o governo mudou as regras do setor em 2011 e instituiu a reserva de mercado de 40% para as locais. Com isso, as companhias que queriam atuar com grandes riscos se viram obrigadas a abrir resseguradoras locais, caso da Swiss Re, por exemplo.

Hoje atuam no país 14 resseguradoras locais, entre estrangeiras (Munich Re, Swiss Re, Allianz, AIG, Ace e Zurich) e nacionais (IRB, J. Malucelli, Austral, BTG Pactual e Terra Brasis). Quando somadas às resseguradoras admitidas e eventuais, o número passa de 100 companhias, que em 2012 faturaram R$ 6,4 bilhões, 9,4% superior ao volume de 2011, segundo dados da Susep e da Terra Brasis.

No exterior, a AXA tem capital aberto, com ações negociadas na Euronext. A gestora AllianceBernstein, que tem US$ 440 bilhões em ativos sob gestão e também faz parte do grupo, tem ações negociadas na Bolsa de Nova York..

A AXA apresentou um faturamento de € 90 bilhões e um lucro líquido de € 4,2 bilhões no ano passado. A companhia opera principalmente na Europa, Estados Unidos e Japão. A francesa também atua, em menor escala, em outras regiões como Ásia e Pacífico (Austrália, Hong Kong, Indonésia, Tailândia, China e Cingapura), Oriente Médio, África e América Latina (México).

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