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Seguradora terá resultado financeiro fraco

Fonte Valor Econômico

Por Thais Folego | De São Paulo

A receita financeira ainda fraca deve ser compensada com resultado operacional mais forte e controles de custos. É esse o cenário que os analistas esperam para os resultados do terceiro trimestre das seguradoras Porto Seguro, SulAmérica e BB Seguridade. Como vem ocorrendo nos últimos trimestres, o braço de seguros do Banco do Brasil deve ser o destaque, com crescimento de receita acima da média do mercado.

A percepção geral é que a alta da taxa básica de juros ainda não chegou ao resultado financeiro das companhias de seguros, mas quando isso ocorrer deve apontar para outro risco: o de maior competição no segmento de seguro de automóveis, em que as três seguradoras atuam e que a Porto Seguro é líder. Com uma receita financeira maior, a tendência é que algumas seguradoras internacionais comecem a baixar preços e a pressionar as margens do setor, como se observou em 2011. Isso, porém, só deve impactar os balanços no ano que vem, preveem os analistas.




Eles classificam o trimestre como "soft" (Bradesco) e "decente" (BofA). "Esperamos que o setor mostre bons resultados operacionais, no geral, apesar de ser um pouco contaminado negativamente por resultados financeiros mais baixos", escreveram os analistas do Bradesco em relatório.

A Porto Seguro inicia a divulgação dos números do setor hoje e a média das estimativas de quatro casas (J.P. Morgan, Credit Suisse, Bradesco e Bank of America) mostra um lucro líquido de R$ 170,4 milhões, o que equivaleria a um avanço de 9,3% em relação ao terceiro trimestre de 2012 (veja quadro).

Segundo os analistas do BofA, a expectativa de um resultado mais modesto se deve ao trabalho da seguradora para manter seu índice combinado - indicador que mede a eficiência operacional - em 91%. Acima de 100%, o indicador mostra prejuízo na operação. Segundo eles, os custos menores devem compensar o crescimento dos prêmios de seguros.

Assim como nas outras seguradoras, os analistas esperam que a receita financeira da Porto mostre uma melhora em relação ao segundo trimestre, mas ainda apresente uma recuo significativo se comparado com o resultado de um ano atrás. A média das estimativas aponta para receita financeira de R$ 146,7 milhões, um avanço de 24% ante o segundo trimestre, mas queda de 34,8% em 12 meses.

Tanto os analistas do BofA quanto do Credit Suisse esperam, porém, que os resultados das operações da Porto não ligadas a seguros, como cartão de crédito, possam surpreender positivamente.

Amanhã será a vez da SulAmérica divulgar seus números após o fechamento do mercado. As quatro casas consultadas pelo Valor estimam um lucro líquido de R$ 126,5 milhões no trimestre, um crescimento de 18,5% em 12 meses. Todos os analistas destacam o reajuste de preços no segmento de saúde no período, o que deve impulsionar os resultados.

"Para o 3T13 [terceiro trimestre] esperamos que a SulAmérica entregue uma melhoria da sinistralidade [indicador que mede a relação entre a receita e o pagamento de indenizações], impulsionada pelos reajustes de preços sazonais fortemente presentes no terceiro trimestre", diz o analista do J.P. Morgan Domingos Falavina.

O resultado financeiro da seguradora deve ser de R$ 124,2 milhões no trimestre, segundo a média das estimativas, equivalente a um crescimento de 52% na comparação trimestral, mas recuo de 11,2% em relação a igual período do ano passado.

A BB Seguridade divulga seus números apenas em 11 de novembro antes da abertura do mercado e a média das projeções dos analistas aponta para um lucro líquido de R$ 551,6 milhões. A companhia abriu capital em abril e, por isso, não há dados da companhia referentes ao terceiro trimestre do ano passado. O J.P. Morgan estima que o lucro combinado das empresas que compõem a holding tenha sido de R$ 430,7 milhões de julho a setembro de 2012. Dessa forma, o avanço do lucro líquido em 12 meses seria de 28% neste trimestre.

Os analistas esperam que a companhia continue mostrando forte expansão da venda de seguros, principalmente dentro da base de clientes do Banco do Brasil. Os analistas do Citi destacam que a expansão da seguradora já incomoda sua principal concorrente, o grupo Bradesco Seguros, que nos resultados do banco no terceiro trimestre, na semana passada, anunciou uma reestruturação de sua área comercial com o objetivo de impulsionar as vendas.

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