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Susep vê setor mais concentrado

Fonte Jornal do Commercio - RJ

Receita dá salto de 330% em dez anos, conquistando 3,56% do PIB, ao mesmo tempo em que, no período, os dez maiores grupos seguradores do País ampliavam seu market share de 60% para 67,2%

Relatório elaborado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) revela um aumento da concentração dos negócios nas carteiras das dez maiores seguradoras do mercado brasileiro. Segundo o estudo, o market share dessas companhias representava 60% em 2001, passou por uma ligeira queda (58,2%) em 2006 para, no ano passado, alcançar 67,2%. De acordo com a autarquia, não causa surpresa o fato da análise ter detectado uma tendência de concentração de mercado maior nos últimos anos, considerando “os inúmeros processos de fusão e incorporação de empresas ocorridos entre 2006 e 2012”.

Intitulado ‘Relatório de Análise e Acompanhamento dos Mercados Supervisionados’, em sua primeira edição, o estudo revela ainda uma crescente predominância no setor de seguradoras vinculadas a grandes conglomerados econômicos, especialmente do setor bancário. Nesse sentido, verifica-se que a participação dos cinco principais grupos em relação ao total do mercado cresceu de 55,8% para 64,3%, em apenas seis anos, indicando, mais uma vez, a tendência de concentração mais intensa do mercado.

Vendas

O relatório da Susep avaliou ainda o crescimento da participação do mercado no conjunto da economia brasileira, verificando que a atividade de seguros vem exibindo um avanço substancial e consistente no faturamento. As receitas saíram de R$ 36,526 bilhões, em 2001, para acomodarem-se em R$ 156,949 bilhões em 2012, avanço de 330%. Sobre o PIB, a participação do seguro pulou de 2,81% para 3,56% no período.

Para essa evolução, o órgão fiscalizador do sistema explica que “a estabilidade econômica, após longo período de incertezas e inflação alta, aliada a um aperfeiçoamento do arcabouço normativo e a políticas de incentivo governamental, especialmente para produtos que envolvem captação de poupança a longo prazo, constituiu a base para o notável desempenho dos mercados supervisionados nos últimos dez anos”.

Dentre os setores que mais contribuíram para o crescimento do mercado, destacam-se os produtos de acumulação (VGBL, entre outros), os seguros de pessoas de forma geral, os ramos de seguros compreensivos residenciais e empresariais, que apresentaram forte aumento de demanda, e os seguros rurais, devido à crescente produção agropecuária e à implantação de programas de subvenção governamental ao prêmio.

PIB

A partir dos dados apresentados, considerando a participação no PIB, o mercado de seguros apresentou forte evolução, saltando de um nível de 1,86% para o patamar de 2,94% em 2012, o que é visto como bastante significativo, principalmente levando em conta que o PIB brasileiro também se manteve crescente na maior parte do período. A Susep esclarece que no estudo não foram incluídos os dados relativos ao seguro-saúde, uma vez que o segmento se encontra sob a supervisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) desde agosto de 2001.

Já o mercado de previdência complementar aberta não apresentou o mesmo desempenho, cuja participação sobre o total do mercado apresentou redução. A explicação está no VGBL. O produto, que vem proporcionando grande volume de receitas a partir de sua regulamentação, em 2002, e de sua grande aceitação no mercado, está sendo contabilizado juntamente com os demais ramos de seguros, de modo que vem atraindo, para este mercado, recursos anteriormente destinados aos produtos de previdência privada tradicional e ao PGBL.

Por sua vez, o mercado de capitalização vem mantendo, ao longo do período, participação aproximadamente constante no PIB brasileiro. O estudo mostra ainda que as reservas técnicas do mercado segurador brasileiro também evoluíram ano a ano, de 2001 a 2012, quando passaram de R$ 36,877 bilhões
para R$ 414,131 bilhões.

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