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Mulheres já são maioria no setor de seguros

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Sexo feminino representa 57% da força de trabalho, mas os homens ganham quase 40% mais e predominam nas cinco maiores faixas salariais, além de concentrarem os cargos de nível executivo e gerencial

Como observado em outros setores da economia, o salário das mulheres na atividade de seguros, previdência complementar aberta e capitalização é menor que o pago aos homens para executar a mesma tarefa. Elas ganham, em média, pouco mais de 60% da renda dos homens, abaixo inclusive da média nacional de 70% apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), segundo revela a pesquisa ‘Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil’. O trabalho foi realizado pela Fundação Escola Nacional de Seguros (Funenseg), com apoio da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) e da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor).

Recém-apresentado no Rio de Janeiro e em São Paulo, o estudo mostra que as mulheres, embora em desvantagem salarial, são maioria. Em 2012, elas eram 17.887 em atividade no setor: 57% da força de trabalho, que totalizava 31.355 securitários. Em 2000, tal participação feminina era de 49%. Nesses 12 anos, aliás, a mão de obra empregada no mercado foi reduzida em quase 28%. A feminina retrocedeu menos (16%) que a masculina (40%), o que pesou na reviravolta do quadro dos gêneros.

Apesar de ter passado à condição de minoria, os homens ainda mantêm o poder no mercado. Os cargos de nível executivo estão nas mãos deles (80%), como os gerenciais (59%). E eles são predominantes (69%) nas cinco maiores faixas salariais. Já elas estão em maioria (70%) nos dez menores níveis salariais. “Existe preconceito?” Quem pôs a interrogação no ar foi a diretora da Funenseg Maria Helena Monteiro, autora do estudo, junto com o consultor Francisco Galiza. Nessa seara, ela revela que as mulheres têm a supremacia na área comercial (61%), técnica (56%) e administrativo- financeira (53%).

Sobre o comportamento do gênero na compra de produtos de um modo geral, o estudo indica que a mulher, diferentemente do homem, escuta mais atentamente as mensagens, faz distinções mais apuradas ao escolher os produtos e nas compras online prefere ver o bem adquirido dentro de um contexto prático. A interação pessoal é mais importante e a mulher é mais conservadora em sua escolha. Ela se influencia também pelo modismo. “O homem comemora a vitória do time no bar. Já a mulher vai às compras”, compara Maria Helena.

Em investimentos financeiros, a mulher tende menos ao risco do que o homem. Ele foca em preço e ela em benefícios, priorizando estabelecer relacionamento de confiança com o vendedor e, partir daí, estabelecer uma ligação de longo prazo. “Isso abre uma grande oportunidade para os corretores de seguros”, assinala a executiva.

Na compra de produtos em geral, como de seguros, a consumidora feminina é mais emotiva, e o masculino, mais racional, segundo o estudo. A mulher é mais detalhista e, na área de seguros, tende a comprar mais soluções, em vez de produtos.

Para Maria Helena Monteiro, chegou o momento das empresas do setor atentarem para as essas características do público consumidor, desenvolvendo produtos e serviços específicos. Ela conta que algumas empresas já investem no desenvolvimento de apólices exclusivas para as mulheres. Mas, para ela, é preciso avançar ainda mais.

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