Breaking News

BTG negocia compra de private banking controlado pela Generali

Fonte: Valor Econômico

O BTG Pactual está em negociações para comprar o private banking suíço BSI, que tem US$ 100,3 bilhões de ativos sob gestão, principalmente na Suíça e na Itália.

Em comunicado ao mercado, o BTG Pactual informou que fechou um acordo de exclusividade de com a maior seguradora italiana, a Assicurazioni Generali, controladora do BSI, para chegar aos termos de uma transação.

Caso seja concluído, o negócio representará um salto do BTG Pactual na área de gestão de grandes fortunas. O banco encerrou março com R$ 68,2 bilhões em ativos no chamado "wealth management".

A área de gestão de fortunas do BTG teve receita líquida de R$ 93 milhões no primeiro trimestre neste ano, o que representa queda de 9% em relação ao mesmo período de 2013. O valor é equivalente a 5,45% da receita líquida total do BTG Pactual.

Procurado pela reportagem para comentar a operação, o BTG Pactual informou que não se pronunciaria neste momento.

Em meio a um processo de reestruturação, a Generali busca um comprador para o centenário BSI desde 2012 com o objetivo de reforçar seu capital voltado para as atividades de seguro.

A seguradora está na metade do seu esforço de levantar € 4 bilhões por meio da vendas de ativos até 2015, depois de se desfazer da unidade de resseguros nos Estados Unidos e de negócios no México no ano passado.

Em 2013, o banco português Espírito Santo chegou a fazer uma oferta pelo BSI. A proposta, porém, ficou abaixo do valor esperado pela Generali, de € 2 bilhões (US$ 2,67 bilhões, na época). Anteriormente, o banco espanhol Bankinter e o fundo de investimento Apollo Global Management também já tinham se interessado pelos negócios do private banking.

No ano passado, já disposta a vender a BSI, a Generali decidiu fazer uma série de ajustes no balanço do banco de gestão de fortunas, o que resultou em um prejuízo de US$ 778,7 milhões em 2013.

Entre os eventos extraordinários feitos, está a amortização integral do ágio do Banca del Gottardo, comprado em 2008, além de provisões e ajustes no valor de ativos, segundo informa o balanço do BSI. O banco afirma, porém, que a ação não teve impacto na solidez do BSI, que fechou dezembro com um índice de Basileia de 18,2%.

Apesar de ter boa parte de suas receitas vindas da Europa, o BSI tem direcionado sua atuação para mercados considerados de "alta taxa crescimento": na Ásia, na América Latina e no Oriente Médio. Em 2013, o banco teve um total de US$ 930,8 bilhões em receitas, em linha com o valor registrado no ano anterior.

Diversos bancos suíços especializados na gestão de fortunas têm sido colocados à venda nos últimos tempos. No início deste mês, o J. Safra Sarasin anunciou a aquisição das atividades de private banking do banco americano Morgan Stanley, na Suíça. Em 2011, o grupo Safra já havia adquirido o também suíço Sarasin em uma transação avaliada em US$ 1,12 bilhão.

Muitos grupos estão optando por sair do país em um momento em que o sigilo dos bancos suíços começa a ser questionado internacionalmente. Alguns acordos internacionais, como o fechado com os Estados Unidos recentemente, têm imposto o compartilhamento de informações dos clientes americanos.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario