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Pimco pesa sobre resultados da Allianz

Fonte: Valor Econômico

Por Oliver Suess | Bloomberg, de Munique

A Allianz, maior seguradora da Europa, reportou resultados menores no primeiro trimestre devido ao mau desempenho da unidade de gestão de ativos. O lucro líquido da companhia caiu 4%, para € 1,6 bilhão, embora a receita tenha crescido 6%, para € 34 bilhões.

O lucro líquido dos negócios de gestão de ativos, que inclui a Pimco, caiu 29% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2013, para € 406 milhões de euros (US$ 557 milhões), em razão de saques realizados por clientes. Em comunicado, a companhia disse que a Pimco registrou retiradas líquidas de € 21, 7 bilhões, enquanto na Allianz Global Investors elas foram de € 1,9 bilhão.

Michael Diekmann, diretor-presidente da Allianz, precisou defender a Pimco na assembleia anual de acionistas da seguradora realizada em Munique na semana passada, onde foi criticada pela queda dos retornos e por disputas administrativas. A Pimco, disse Diekmann, vem sendo um investimento muito lucrativo desde que teve seu controle adquirido pela seguradora alemã em 1999.

As comissões de desempenho da Pimco no primeiro trimestre de 2013 foram elevadas por juros não recorrentes oriundos de "certos fundos privados", disse a Allianz em fevereiro. "Conforme esperado, os resultados no gerenciamento de ativos ficaram mais baixos, mas o negócio está dentro da meta que estabelecemos para o ano", disse o diretor financeiro, Dieter Wemmer, no comunicado. "Diante de seu desempenho sólido e do desempenho superior de nossos dois segmentos de seguros, continuamos caminhando para alcançar nossa meta de lucro operacional."

A Allianz almeja um lucro operacional de € 9,5 bilhões a € 10,5 bilhões para este ano. A contribuição da unidade de gerenciamento de ativos para os lucros aumentou de 12% há cinco anos para cerca de 31% em 2013, graças ao avanço dos ativos sob gestão e a pagamentos menores de direitos de participação nos lucros à cúpula administrativa da companhia, uma concessão feita como parte da aquisição da Pimco pela Allianz.

Enquanto a Pimco luta contra os saques de clientes, o pedido de demissão inesperada de seu presidente Mohamed El-Erian, em meio a relatos de desentendimentos com o fundador Bill Gross, desencadeou uma reorganização da cúpula administrativa.

Investidores como a Union Investment, a nona maior acionista da Allianz segundo dados compilados pela Bloomberg, usaram a assembleia anual da companhia para enfatizar a deterioração do desempenho do fundo e questionar se a Allianz pretende mudar a postura de não interferência na Pimco, que tem hoje quase US$ 2 trilhões de ativos sob gestão.

A Allianz comprou uma participação majoritária na Pimco em 1999 por US$ 3,3 bilhões. Esta gerenciava cerca de US$ 256 bilhões na época. A seguradora deu à gestora de fundos uma maior independência em 2011, separando-a de suas outras gestoras de ativos, que se encontram aglutinadas na unidade Allianz Global Investors.

El-Erian, que dividia o cargo de diretor de investimentos com Gross, continua a trabalhar para a Allianz como seu principal consultor econômico. Desde a saída do executivo, a Pimco nomeou seis novos executivos e Gross disse que a companhia nunca esteve tão bem quanto agora.

O lucro líquido da unidade de seguros patrimoniais e de responsabilidades da Allianz, geralmente a mais importante em termos de ganhos, caiu 37% para € 645 milhões no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. Os ganhos não-operacionais menores e "um efeito extraordinário da reavaliação de pensões registrado nas despesas administrativas não-operacionais" contribuíram para a queda do resultado, disse a seguradora em seu relatório trimestral. O lucro na divisão de seguros de vida e saúde permaneceu estável em € 629 milhões.

A ação da companhia acumula perda de 6,4% no ano, ante alta de 0,8% do índice Bloomberg Europe 500 Insurance Index.

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