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O sucesso de um garoto bom de bola

Fonte: Valor Econômico | Thaís Folego


A Porto Seguro entrou na vida de Fabio Luchetti quando ainda era menino. Nos tempos em que morava no centro de São Paulo, fazia da porta da garagem do prédio da seguradora, na avenida Rio Branco, o gol para as peladas de domingo. Mas jura que nunca quebrou nenhuma vidraça. Melhor que isso: fez da Porto Seguro seu primeiro e único registro na carteira de trabalho. Começou como office-boy, percorrendo corredores que já costumava frequentar para entregar as apólices que seu tio- avô, corretor de seguros, vendia. Foi assim que ficou sabendo da vaga. Tinha então 18 anos.

Ao longo de três décadas, passou por diversas funções até chegar ao 100 andar da sede da seguradora, na alameda Barão de Piracicaba, também no centro da capital paulista. É lá que ele divide uma ampla sala com os outros diretores da Porto Seguro, em uma mesa na cabeceira da sala, que tem ao fundo uma foto de Abrahão Garfinkel, que adquiriu o controle da seguradora em 1972. Mais tarde, seu filho, Jayme Garfinkel, assumiu a companhia e a transformou no que ela é hoje.

“Entre 1984 e 1995, naveguei em várias áreas operacionais da companhia, desde cobrança até financeiro. Depois passei por áreas técnicas, como análise de contratos e de risco”, diz Luchetti. Foi em 2000 que assumiu a sua primeira cadeira de direção, no comando da diretoria operacional, na esteira do processo de profissionalização da seguradora. Foi nessa época que foi criado um corpo diretivo maior e segmentado. “Até então a empresa era muito centrada na figura do Jayme”, conta. Em 2003, acumulou a diretoria de vida e previdência, sua primeira diretoria de negócios. “Eu vinha de uma carreira muito operacional, sempre no ‘back office Ir para a linha de frente, pegar uma área de negócios que estava deficitária, alavancar vendas, isso contribuiu para eu ter uma visão mais sistêmica da empresa.”

Três anos depois, foi convidado a assumir o comando da empresa, no lugar de Jayme Garfinkel. Como a imagem da empresa estava muito associada a seu controlador, a transição foi feita ao longo de quase seis anos, para não haver ruídos no mercado. Em 2006, aos 40 anos, Luchetti assumiu a vice-presidência e começou a tocar o dia a dia da companhia. Ele assumiu oficialmente a presidência em 2012, e Garfinkel ficou com o comando do conselho.

No ano passado, Luchetti conta que o foco foi melhorar o resultado operacional, em um ano em que os ganhos financeiros foram minguados e o custo de apólice, uma fonte de receita, foi extinto pelo órgão regulador. A empresa reduziu os custos administrativos e diluiu o risco por regiões de atuação e negócios. “Em 2014, queremos consolidar o crescimento nas regiões Norte e Nordeste”, diz.

Embora seja forte no segmento de veículos, a Porto Seguro é um conglomerado de 23 empresas, que vão desde administradora de cartão de crédito até uma empresa de serviços avulsos. As receitas de outros negócios que não seguros respondem por 10% do faturamento. “São negócios que fidelizam o cliente de seguro. Desde que haja sinergia [com o negócio principal], não hesitamos em abrir novos negócios” diz Luchetti.

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