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Susep vai criar laboratório de produtos

Fonte: Brasil Econômico

 A Susep pretende criar um laboratório de produtos. Foi o que anunciou o novo superintendente da autarquia, Roberto Westenberger, em entrevista ao jornal Brasil Econômico. “Temos um plano de criar um laboratório de produtos. Exatamente um grupo de pessoas aqui, que vai estar meio que fora da rotina, do dia a dia de aprovação, de autorização de produtos. Vamos chamar assim: serão cientistas de produtos”, afirmou Westenberger.

Segundo ele, esse laboratório, “como o nome diz”, tem cientistas dentro. “Será um laboratório em que nós pretendemos induzir, com meios gerenciais, com meio de incentivos, a criação desses novos produtos”, acrescentou.

Roberto Westenberger disse ainda que a Susep vai trabalhar com as seguradoras, que são as fábricas desses produtos; vai trabalhar com os corretores, pois hoje é a classe, por excelência, que permite a intermediação do produto; e, evidentemente, com o consumidor no sentido de capturar as suas necessidades.

O superintendente da Susep frisou que os segmentos considerados mais desenvolvidos no Brasil — saúde e automóvel — são considerados, até erroneamente pelo mercado, como quase que saturados. “Se você olhar o tamanho da frota segurada no Brasil, você vai ver que não chega à metade dos carros. Então, ainda tem outra metade de carros circulando que não tem qualquer tipo de seguro. Será que não tem um produto específico para essa metade da frota brasileira?”, questionou.

Para ele, embora seja dito que o mercado não tem interesse em segurar os carros mais antigos, é preciso apurar se, caso seja desenvolvido um produto especificamente voltado para essa categoria de carros, haverá a possibilidade de aceitação.

Veja, abaixo, outras questões respondidas por Roberto Westenberger:

Há paralelo em outro país?

O paralelo lá fora que me ocorre é o mercado de riscos residuais de automóveis nos Estados Unidos. A propósito, lá o seguro de responsabilidade civil é obrigatório. Você não pode dirigir um carro se não tiver esse seguro. Consequentemente, um consumidor que não seja aceito por nenhuma seguradora, teoricamente, não poderia dirigir. Então, foi criado um produto que se chama, dentro desses ramos de seguros, risco residual, que é o risco que não conseguiu uma colocação dentro do mercado de seguros.

E qual foi a resposta do mercado?

Por uma dessas ironias do destino – e eu espero que isso até induza alguma seguradora brasileira a fazer o mesmo — essa empresa que começou a desenvolver esses produtos de risco residual, que eram novos e evidentemente adaptáveis a uma situação de rejeição geral por companhias, porque significavam maus riscos na visão das seguradoras, acabou se transformando hoje na segunda maior seguradora de automóveis nos Estados Unidos, que se chama Progressive.

A ideia se aplica a outros ramos?

A ideia do laboratório é enfocar esses ramos de segundo onde haja espaço de desenvolvimento, é olhar o segmento de mercado mal atendido, o produto que ainda não existe e que deveria existir. Vou dar outro exemplo: o seguro saúde — com uma grande linha divisória, porque seguro saúde é área regulamentada por outro órgão regulador, a ANS. Dentro de uma possível cooperação até com a ANS, nós imaginamos cobertura de saúde que a gente chama de segundo risco. Você pegar um indivíduo que tem um plano de saúde, por exemplo, numa grande empresa, mas que aquele plano não cubra suficientemente as necessidades de cobertura de risco de um determinado segurado. O mercado, então, oferece ao nível de uma segunda cobertura um produto que atenda a esse nicho. Universal life é outra área que carece também de um desenvolvimento maior. Seguro agrícola, seguro de crédito, resseguro pra riscos considerados de menor interesse residuais, como as destilarias de álcool, são outros áreas.

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