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Setor de seguros dá sinais de fadiga e recua

Fonte: Valor Econômico

O mercado de seguros, acostumado a entregar crescimento de dois dígitos nos últimos anos, deu sinais de fadiga no início de 2014. O faturamento do segmento com prêmios de seguros e arrecadação de previdência e títulos de capitalização caiu 3% de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 56,3 bilhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) compilados pela Siscorp, empresa que reúne dados desse mercado.

Os números não incluem as receitas da Allianz, que até o momento não reportou seus dados para a Susep. Procurada, a seguradora, uma das dez maiores do país, não quis comentar o motivo do atraso ou estimar sua publicação.






Antes da divulgação dos números deste ano, a Confederação Nacional das Seguradoras estimava um avanço de 15% no ano. Procurada, a CNSeg informou que está analisando os dados para fazer nova projeção. Segundo executivos do mercado, o crescimento anual do setor ainda deve ser de dois dígitos, mas "dois dígitos baixos".
"A desaceleração da economia tem efeitos defasados. A confiança começou a cair e, com isso, as empresas investem menos e as pessoas também consomem menos", diz Francisco Galiza, da consultoria Rating de Seguros. Em parceria com a Federação das Corretoras (Fenacor), a consultoria calcula o Índice de Confiança e Expectativas das Seguradoras, que em abril atingiu o seu menor valor desde que foi criado, há 18 meses. Uma das variáveis do índice, a expectativa com relação ao faturamento do setor começou a piorar em abril. "O mercado achava que o faturamento não ia ser contaminado pela desaceleração da economia, mas agora já começamos a ver uma reversão dessa projeção", diz Galiza.
O mau desempenho no início deste ano foi puxado pelo recuo de 18% da arrecadação dos planos VGBL. O segmento vem sofrendo desde o ano passado diante de novas regras impostas pelo governo que obrigaram os planos a alongar os prazos de seus ativos, além da volatilidade na renda fixa que afetou a rentabilidade das carteiras. 
Neste ano os planos já mostram, na média, retorno positivo, mas em 12 meses o "estrago" de 2013 ainda afeta as cotas.
O desempenho de previdência pode fazer a Bradesco Seguros, uma das maiores seguradoras do país, por exemplo, a não atingir o teto de sua meta de crescimento para o ano, de 12%, disse Marco Antonio Rossi, presidente da seguradora, ao Valor na semana passada. O Bradesco tem como meta um avanço entre 9% e 12% para os prêmios de seguros em 2014.
O ramo de seguro de pessoas, que inclui apólice de vida e de acidentes pessoais, apresentou avanço tímido no ano até abril, de apenas 1%. Esse desempenho tem relação com a oferta de crédito, segundo Jorge Abel Peres Brazil, membro da Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP) e sócio da corretora Brisk Seguros. Segundo ele, a menor oferta de crédito reduz a capacidade de compra das pessoas, que se tornam mais seletivas. Com menos consumo, há menos bens para fazer seguro. (Colaborou Diogo Martins)
Nota do blogueiro: O blog já tinha postado sobre a queda na semana passada em enfatizando que o ramo auto ainda apresentou alta de 4% no quadrimestre no Brasil e de 18% em Sergipe. Acreditamos que nesse ramo, mesmo com a alta do IPI, as promoções das montadoras ainda afetará positivamente na venda de veículos novos e por consequência no setor de seguros.


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