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Confiança do setor de seguros está em baixa

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Executivos já não julgam possível reverter a desaceleração das vendas e da rentabilidade. A maioria aposta na manutenção do quadro atual até o final do ano, com indicadores de desempenho negativos

Os segmentos do mercado de seguros não esperam mudanças no comportamento das vendas ao longo do segundo semestre, depois de atravessarem a primeira metade do ano contabilizando receita de prêmios abaixo da captada nos seis meses iniciais de 2013, conforme revela o Índice de Confiança e Expectativas do Setor de Seguros (ICSS), calculado pela Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) a partir de pesquisas feitas junto a executivos das principais instituições do mercado: seguradoras, resseguradoras e grandes corretoras.

Divulgado mensalmente, o relatório de junho, recém-publicado no site da entidade, aponta que a maioria dos seguradores ouvidos (68%) prevê a manutenção do quadro atual até dezembro, visão compartilhada por 65% dos resseguradores e por 53% das empresas de corretagem de seguros. Uma parcela dos resseguradores (23%) crê, na verdade, que o faturamento será pior, enquanto outros 12% acham que vai melhorar.

Já 18% dos corretores também julgam que o quadro pode, sim, piorar, opinião idêntica manifestada por 21% dos seguradores. Nenhum segurador, assim como nenhum corretor e nenhum ressegurador, diz acreditar que as vendas serão muito piores nos próximos seis meses. Mas 11% dos seguradores e 12% dos resseguradores supõem que o quadro tende a melhorar. Sob este aspecto, há mais corretores confiantes, uma proporção de 29% dos entrevistados para a pesquisa da Fenacor, percentual maior dos que acham que o futuro próximo é de piora.

Margem de lucro

Quando o assunto é rentabilidade do negócio daqui a dezembro, a análise dos seguradores não é muito diferente da feita para o faturamento. Para a maioria (63%), nada muda frente ao quadro atual, parcela que cai para 53% entre os corretores e para apenas 35% entre os resseguradores.O pessimismo quanto à lucratividade das operações é mais elevado no resseguro. O prognóstico da maioria das empresas (41%) é de que haverá mudança para pior e para outras 12%, para muito pior.

Descrença semelhante à dos resseguradores é observada na corretagem de seguros. Aqui, a maioria dos corretores (também 41%) conclui que a rentabilidade será pior nos próximos seis meses, mas nenhum deles acha que será muito pior, tal como opinaram os seguradores, entre os quais só 23% conjeturam um semestre pior. O percentual é o menor entre os três segmentos que compõem o ICSS. Aliás, os seguradores, na proporção de 14%, são os que mais anteveem uma melhora na rentabilidade do negócio neste semestre, contra 12% dos resseguradores e apenas 6% dos corretores que compartilham da mesma análise.

Economia

A análise sobre o desempenho do mercado até o final do ano, cujas instituições, em sua maioria, acreditam que o statu quo dos indicadores, todos declinantes, permanecerá inalterado, tem como influência a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) brasileira, que dá sinais de desaceleração. A ICSS de junho aponta que a maioria dos seguradores (56%) e dos corretores de seguros (59%) projetam uma piora da economia nos próximos seis meses. Tal análise é abonada por 47% dos resseguradores.

O relatório mostra que a onda de pessimismo que aflui em vários setores econômicos contaminou a atividade de seguros. Nenhum dos segmentos anteveem melhora ao longo deste semestre. Entre os resseguradores (53%), o segmento mais otimista, a reflexão é de que o atual arranjo da economia não mudará até dezembro, conclusão também identificada entre 42% dos seguradores e 41% dos corretores de seguros

A publicação da Fenacor indica que, em junho, o índice de confiança dos seguradores continuou em queda, pelo quinto mês seguido. Agora, desde que o indicador foi criado em 2012, é a primeira vez que os fatores usados no cálculo sinalizam pessimismo, todos ao mesmo tempo (economia brasileira, rentabilidade e faturamento). O mesmo viés negativo é observado no índice que mede a tendência do resseguro e da grande
corretagem de seguros.

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