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Custo médico sobe acima do IPCA

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Medido pelo Índice de Variação de Custos Médico-Hospitalares do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (VCMH/IESS), os custos das operadoras de planos de saúde com consultas, exames, terapias e internações cresceram 16% no ano passado, 10,1 pontos porcentuais acima da inflação oficial do período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 5,9%.

O superintendente-executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, diz que historicamente, o índice que mede os custos médico-hospitalares sempre varia acima da inflação oficial, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e em países da União Europeia. “Trata-se de um fenômeno mundial”, afirma.

No caso brasileiro, diferentemente do IPCA, que capta apenas a variação dos preços dos produtos pesquisados, o VCMH também leva em conta o efeito da variação da frequência de uso dos serviços de saúde pelos beneficiários. “O que chama atenção, entretanto, é a diferença de 10,1 pontos porcentuais entre os dois indicadores. Essa é uma diferença muito grande se compararmos com a diferença desses indicadores em outros países”, observa o executivo.

Outro ponto destacado por Luiz Augusto Carneiro foi o comportamento do indicador, que “sofreu variação significativa ao longo do ano”. No primeiro semestre de 2013, ainda que o VCMH estivesse em um patamar elevado, mostrava-se em desaceleração. A partir do segundo semestre, contudo, e mais acentuadamente a partir de setembro, ele conta que o indicador voltou a acelerar fortemente.

Variáveis

Os gastos com internações foram novamente os principais responsáveis pelo impulso registrado ao longo do ano passado, devido ao peso que esse procedimento representa no cálculo do índice. O aumento do índice de internações se deve mais à elevação dos custos de cada procedimento do que a um incremento na frequência de uso desses serviços.

Entre os grupos de procedimentos analisados pelo VCMH, no entanto, as internações são o responsável pela maior parte dos gastos das operadoras, respondendo por 61% do total. Já exames, consultas e terapias respondem por 15%, 9% e 5% do total, respectivamente. Também pesa no índice do IESS a proporção de beneficiários com 59 anos ou mais, grupo que utiliza mais serviços de saúde. No total, essa faixa etária responde por 23,1% dos beneficiários, enquanto na população brasileira em geral representa apenas 10,8%, segundo dados do Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice dos custos médico-hospitalares medido pelo IESS expressa a variação do custo médico hospitalar per capita das operadoras de planos de saúde entre dois períodos consecutivos de 12 meses
cada. A amostra utilizada para o cálculo do índice representa aproximadamente 10% do total de beneficiários de planos individuais (antigos e novos) distribuídos em todas as regiões do País.

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