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Microsseguro: Exigência de capital preocupa

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

Estudo da CNSeg conclui que qualquer determinação do governo no sentido de aumentar o investimento em microsseguradora é medida que só tende a engessar a atividade, propiciando a concentração do mercado

Nem tudo vai bem no trajeto que o mercado trilha rumo à viabilização do microsseguro no País. Estudo realizado pelo Núcleo de Estudos e Projetos (NEP), da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg) aponta uma preocupação com o cenário macroeconômico desfavorável e um eventual aumento no requerimento de capital, cujos efeitos podem potencializar as dificuldades e até inviabilizar o microsseguro, caso a receita de prêmios cresça em ritmo acelerado nos primeiros momentos da operação. E, principalmente, se os gastos comerciais, administrativos e com sinistros situarem-se em patamar muito elevado, limitando o lucro operacional.

Nesse caso, o aumento do capital requerido pode frear ainda mais o avanço da empresa, pois projetando-se para o longo prazo verifica-se que a rentabilidade anual pode ser bem inferior à do mercado.

De acordo com o estudo, em geral, o aumento do requerimento de capital tende a frear a entrada de novos players devido às condições que são necessárias para se obter o retorno do investimento mais rapidamente possível. Para uma empresa que já atingiu a maturidade no mercado, o aumento de capital pode retrair sua rentabilidade anual em mais da metade, podendo despertar o desinteresse do investidor no negócio.

Caso haja dificuldades para a chegada de novos concorrentes, ou haja a saída de empresas menos rentáveis, o mercado de microsseguros pode convergir para concentração, dominado por poucos grupos, segundo o documento, que adverte: “A concentração de mercado trará problemas naturais, como o provável aumento do conluio”. Na avaliação do estudo da CNSeg, isso poderia minar grande parte do benefício gerado por esse mercado para os consumidores de baixa renda. “É de suma importância avaliar esses pontos com cautela na tomada de qualquer decisão que venha a modificar a regra de requerimento de capital”, alerta o documento.

Imobilidade

Assim, o mesmo documento conclui que um aumento da exigência de capital pode reduzir a rentabilidade, o lucro operacional e a taxa interna de retorno da empresa. Além disso, por essa questão estar atrelada ao prêmio, engessaria qualquer movimento de crescimento e ampliação da empresa. E adverte: “Para evitar aumentos de capital, a companhia pode decidir por não aumentar a venda de apólices”. E reitera ainda como fatores de risco que influenciam na análise, além do aumento no requerimento de capital, o lucro operacional e o padrão de crescimento
do prêmio.

O estudo indica que a viabilidade de se investir ou não no referido negócio é extremamente dependente da sua exposição aos fatores de riscos e, principalmente, do aumento do requerimento de capital. “Para manter a viabilidade do negócio com certa segurança, é possível afirmar que uma empresa nova de microsseguros precisa manter seu crescimento de prêmio modesto, no curto prazo, podendo alavancá-lo após se tornar madura dentro do mercado”.

Desse modo, o estudo indica que o lucro operacional precisaria ser próximo de 10% para que a empresa tenha um rendimento consistente, chegando mais rapidamente à taxa mínima de atratividade,
aqui considerada como a rentabilidade do mercado. No entanto, nada disso é visto como relevante caso o requerimento de capital aumente exageradamente. Para CNSeg, exigência de capital equivalente a mais de 150% da margem de solvência pode atrasar muito o retorno do investimento e o amadurecimento da empresa, fazendo com que sua rentabilidade anual seja fortemente impactada.

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