Esquema de fraudes no seguro DPVAT é descoberto em Cacoal, RO

Fonte: G1

 

Quadrilha abordava pessoas em hospitais para cometer crimes.
Boletins de ocorrência eram alterados para possibilitar pedido de seguro.

 

                        Esquema de fraudes no seguro DPVAT é descoberto em Cacoal, RO

A Polícia Civil de Cacoal (RO), distante 480 quilômetros de Porto Velho, descobriu um grupo organizado que fraudava pedidos de seguro de Danos Pessoais por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). Os fraudadores induziam pessoas que haviam sofrido qualquer tipo de acidente a registrarem boletins de ocorrência afirmando que o acidente havia sido de trânsito, para conseguirem dar entrada no pedido de indenização do DPVAT. O dinheiro era dividido entre a quadrilha e as supostas vítimas. Provas do crime já foram reunidas e o inquérito deve ser concluído em 30 dias.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Osmar Marcelino, a prática já vinha sendo realizada no município há mais de um ano, mas, somente nos últimos meses, é que a fraude tomou proporções maiores. O alto número de aditamentos – alterações posteriores – feitas em boletins de ocorrência de acidentes chamou a atenção da polícia. “A pessoa registrava um boletim dizendo que havia sofrido algum tipo de acidente, doméstico, caído em um buraco, etc. Na semana seguinte, voltava à delegacia mudando o relato, dizendo que o acidente havia sido de trânsito”, exemplificou Marcelino.

Conforme a apuração policial, pelo menos três agenciadores abordavam as vítimas de qualquer tipo de acidente em hospitais e induziam essas pessoas a registrarem o boletim afirmando que tinham se machucado em acidentes de trânsito. “Os agenciadores chegavam a pegar procuração com as ‘vítimas’ para irem à delegacia registrarem o BO, para posteriormente darem entrada no pedido de indenização do seguro DPVAT”, contou o delegado.

Na quarta-feira (3), a polícia apreendeu documentos e um computador que contêm provas das fraudes, em uma empresa de seguros no centro da cidade. Os envolvidos, inclusive as pessoas que receberam as indenizações de forma irregular, podem ser indiciados pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos. Até agora, já foram identificadas 11 pessoas que receberam os pagamentos do DPVAT por meio da fraude.

A Polícia Civil tem um prazo de 30 dias para concluir o inquérito, para ser encaminhado ao Ministério Público, que poderá oferecer denúncia contra os envolvidos.

O G1 entrou em contato com o responsável pela empresa onde foram apreendidas as provas do crime, mas ele não quis se pronunciar sobre o caso.