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Fusões ajudam estrangeiras a desbravar mercado

Fonte: Valor Econômico

Por Marcelo Pinho | Para o Valor, do Rio

Seguradoras estrangeiras começam a ampliar sua presença no Brasil, seja comprando o controle de grupos nacionais, fazendo parcerias ou mesmo iniciando uma operação do zero.

Apesar de recentes casos de incorporação, o mais recente envolvendo a japonesa Yasuda e o grupo santista Marítima, a montagem de novas operações é prevista pelo mercado.

Marco Antônio Rossi, presidente da Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNSeg), afirma que o mercado brasileiro apresenta características propícias para a chegada de novos grupos e não fusões.

"As seguradoras menores estão concentradas em nichos, o que muitas vezes não é o foco desses grandes grupos. E no topo, as maiores seguradoras não têm nenhum interesse em sair do mercado. Mesmo as pequenas não têm esse interesse dado o potencial do mercado", explica.

A falta da cultura do seguro se torna um importante chamariz para essas grandes empresas. Foi o que atraiu a atenção do grupo japonês Sompo Japan Insurance ao adquirir o controle da brasileira Marítima por meio de uma de suas subsidiárias, a Yasuda. Francisco Caiuby Vidigal, presidente da Yasuda no Brasil, lembra que no Japão o mercado já passou da etapa de consolidação e esta foi uma das razões para a investida no Brasil.

"O mercado de seguros está em consolidação no Brasil. O mercado japonês tem quatro grandes seguradoras com 87% do mercado. É um mercado totalmente maduro. Aqui não. Hoje tem grandes players nacionais, grandes bancos, companhias brasileiras de capital aberto e as independentes. É diversificado."

A expectativa da Yasuda é a de ampliar a presença em segmentos fortes da Marítima e com isso conseguir ampliar faturamento e fatia de mercado no país. Estima-se que a junção dos dois grupos crie uma empresa com faturamento combinado superior a R$ 3 bilhões.

O presidente da Yasuda espera crescer este ano cerca de 15% em faturamento, acima da previsão que ele faz do mercado como um todo, de 9%. "O Brasil vem com um crescimento muito expressivo em seguros. Há quase 20 anos, o país cresce acima de 10% ano ano. Esse ano deve ser um pouco menos, mas não dá para comparar com o Japão, por exemplo."

Além do Brasil, a Yasuda passou a investir também noutros mercados, como o asiático, Turquia. Marco Antonio Rossi, da CNSeg, diz que o caminho é natural. Países emergentes, aqueles que formam os Brics, são um grande filão para as seguradoras internacionais.

Apesar dessa concorrência com países enormes como Índia e Rússia, Rossi afirma que o Brasil apresenta uma vantagem competitiva em relação a eles. É a questão regulatória. Aqui, diz ele, as regras do setor encontram-se em estágio bastante avançado quando comparadas a esses outros lugares.
 

 

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