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Patrimonial indica que deve crescer

Fonte: Valor Econômico

Por Danylo Martins | Para o Valor, de São Paulo
 
Divulgação: Carlos Cortés, superintendente da Zurich Brasil: profissionais focados em riscos de incêndio, frota e em construção.

O seguro patrimonial para empresas é uma das modalidades em crescimento no mercado brasileiro. Os dados mais recentes da Superintendência de Seguros Privados (Susep) indicam aumento de 5,9% no faturamento nominal de janeiro a agosto de 2014 ante o mesmo período do ano passado, alcançando uma receita de R$ 8,2 bilhões. A elevação, dizem os especialistas, reflete a preocupação das companhias em se proteger contra riscos relativos à perda de receita, como também maior apetite das seguradoras em oferecer produtos e coberturas para nichos específicos, desde pequenas e médias empresas até grandes companhias.

Um dos segmentos que ganham força é o de grandes riscos, cujo mercado se desenvolveu com mais fôlego a partir da entrada de players internacionais, avalia Renato Zanella, gerente de property da AIG Brasil. "A demanda por informações e as exigências dos riscos aumentaram, com detalhamento maior. Isso exige mais das seguradoras, que adotam guidelines internacionais", observa. Para Priscila Villarroel, vice-presidente da Comissão de Patrimoniais Grandes Riscos da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), o que vem acontecendo é uma pressão das seguradoras para o gerenciamento de risco pelas empresas. "Onde há resistência, o mercado tem sido obrigado a amadurecer e os empresários perceberam que precisa ter uma preocupação com seguro", analisa.

O segmento caminha de maneira lenta, segundo o superintendente de property da Zurich Brasil, Fábio Tulman, mas ele diz que a preocupação com o gerenciamento de riscos vem se desenvolvendo numa velocidade maior. "Esse é um movimento claramente ligado à globalização dos mercados e a gente vê um aumento da conscientização sobre a importância desse tipo de seguro", afirma. A seguradora conta com 900 engenheiros pelo mundo, sendo 12 no Brasil, que compõem a área de engenharia de risco. "Existem profissionais focados em riscos de incêndio, outros engenheiros especializados em frota, em construção", diz o superintendente da área no país, Carlos Cortés.

Com o objetivo de dobrar sua participação em prêmios de riscos de propriedade (property) nos próximos três anos, a Tokio Marine ampliou o investimento em inspeção de risco, conta o diretor de produtos pessoa jurídica, Felipe Smith. "Estamos aumentando o apetite, fruto do crescimento obtido em todos os tipos de seguro. Neste ano, contratamos cinco pessoas para a área de grandes riscos, que precisa ter investimento em pessoas porque é um segmento bem 'taylor made'", diz.

Segundo ele, ainda há muitas deficiências na proteção contra incêndios e catástrofes naturais, como vendaval e alagamento. Os danos não são tão grandes como vemos no Japão, mas alguns eventos no Sul do país alertam para o problema, afirma Smith. "O trabalho é justamente mostrar como melhorar ações para evitar riscos. A gente vai até o cliente e vê onde pode ter sobrecarga de energia, o que pode se transformar em um incêndio. Quanto mais investimento for feito no preparo de brigadas de incêndio e na instalação de hidrantes, por exemplo, melhor".

De acordo com Heney Fernandez, diretor da Brasil Insurance - empresa formada por 52 corretoras de seguros -, são poucas as seguradoras que aceitam analisar o risco do seguro patrimonial. "Há uma dificuldade de aceitação em cobrir riscos que envolvem atividades como papel e celulose, borracha, produtos químicos", diz. Mas quem está no mercado vem adotando, sistemas protecionais mais rígidos, com coberturas que vão desde explosões até deterioração de mercadorias por falha no sistema de refrigeração.

A atuação da SulAmérica inclui desde proteção ao patrimônio até seguro para transportes. "A gente tem uma equipe de gerenciamento de risco que avalia o cliente em relação ao perfil de carga, à rota e à estrutura de isca dentro do navio", explica Erika Medici, superintendente de ramos elementares da seguradora. Em construções, há todo o trabalho de subscrição, em que são feitas vistorias e visitas técnicas para avaliar a qualidade do risco, a estrutura do prédio, diz. Ela conta que recentemente a seguradora ampliou seu portfólio, com foco em 11 atividades econômicas de pequenas e médias empresas. "Nas grandes companhias, há um preparo maior. No caso das PMEs, proteger o patrimônio é a garantia do negócio, a fonte de renda", diz.

Priscila, da FenSeg, lembra que o seguro para empresas inclui duas modalidades - empresarial e riscos operacionais (ou nomeados). "O ramo empresarial tem coberturas mais específicas e de valores mais altos. Já a modalidade de riscos operacionais cobre todos os riscos em relação à operação da empresa, como queda de raio, interrupção da produção", diz. Smith, da Tokio Marine, reforça que o seguro patrimonial garante perdas financeiras, danos a terceiros, mas não cobre situações como perda de mercado para outra empresa em decorrência de um incêndio, por exemplo.
 

 

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