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Seguros entram no leque de PME para reter talentos

Fonte: DCI


A combinação entre a necessidade das pequenas e médias de atrair profissionais qualificados e a maior oferta de produtos de seguros específicos para empresas de menor porte começa a tornar mais comum a oferta desse tipo de benefício.


Setores com alta dependência de profissionais atualizados estão entre aqueles que mais apostam nos benefícios. É o caso da assessoria contábil B2corporate, de São Paulo, que oferece seguros de vida e de saúde a seus 11 funcionários. "Nossa metodologia de trabalho é fundamentada em tecnologia de ponta e capital humano. Assim como procuramos nos manter atualizados tecnologicamente, também buscamos oferecer benefícios", conta a diretora administrativa e financeira, Luciana Perine.


Para a executiva, a medida traz segurança à empresa. "É uma garantia e, é claro, uma forma de reter talentos. O mercado está mudando muito e, além de conquistar os clientes, temos que conquistar os colaboradores", completa.


Para a diretora da consultoria Projeto RH, Teresa Gama, a oferta de benefícios em áreas com profissionais mais requisitados, como a de tecnologia, é determinante para que PMEs possam disputar essa mão de obra com empresas de grande porte. Como equiparar salários com os oferecidos pelas grandes companhias é inviável, a saída é oferecer outras vantagens ao colaborador, afirma.


Especializada em desenvolver softwares para o setor de distribuição, a Target Sistemas, de São Paulo, oferece a seus funcionários a opção de seguro odontológico, além das apólices de saúde e de vida. Ainda que as despesas sejam altas, a prática vale a pena, afirma a analista de Recursos Humanos da companhia, Helen Zanotto. "Os custos correspondem a 6% da folha de pagamento, mas com certeza houve impacto significativo na retenção de pessoas. Elas valorizam bastante esses benefícios, até porque não é o tipo de produto que se encontra disponível para pessoas físicas", afirma.


O comentário é uma referência à transformação vista nos últimos anos no segmento de saúde: as seguradoras perderam o interesse em contratos individuais com pessoas físicas. "O seguro saúde para pequenas cresceu muito porque o mercado para pessoa física praticamente acabou", observa Manes Erlichman Neto, da corretora Minuto Seguros. "Muitas pessoas migraram para contratos de PMEs", afirma.


A movimentação levou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a regulamentar, por meio da Resolução Normativa 309, a forma como são reajustados os seguros saúde para PMEs - medida que tornou a contratação mais vantajosa para o pequeno empresário. "A resolução é voltada para seguro saúde e seguros empresariais para empresas com até 30 vidas. As seguradoras não podem mais reajustar o seguro pela sinistralidade individual das empresas, mas sim pela média da carteira", explica Erlichman.


Outras opções


Embora menos comum que o seguro saúde, a opção de oferecer seguro de vida também cresce entre pequenas e médias. "Ainda é uma prática nova entre essas empresas. O que se vê mais é [a oferta] em cargos e posições estratégicas", diz a professora e coordenadora do curso de Gestão de Recursos Humanos do Centro Universitário Estácio Radial de São Paulo, Sonia Regina Prado.


Para Erlichman, da Minuto Seguros, o valor pago pelo benefício normalmente não pesa no orçamento das empresas. "O custo do seguro de vida empresarial é baixo. Uma empresa que gasta R$ 80 mil com seguro saúde gasta R$ 2 mil com seguro de vida dos funcionários", cita como exemplo.


A Target Sistemas já oferece o benefício há alguns anos, tal como a B2corporate, que estuda ainda formatar um pacote com mais opções. Os especialistas ouvidos pelo DCI apontam que produtos como previdência privada também já começam a surgir no radar dos empregadores de menor porte.

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