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Seguradoras brasileiras estão mais competitivas

Fonte: Valor Econômico

Por Denise Bueno | De São Paulo

Capital de até R$ 30 milhões, podendo chegar a um valor maior negociado caso a caso. Para viabilizar coberturas elevadas com um preço sob medida, as seguradoras investiram em tecnologia e sofisticação para atrair os clientes que buscavam comprar seguro no exterior por falta de produtos competitivos ofertados no Brasil. "Hoje é possível conseguir boas coberturas no Brasil com pelo menos uma dúzia de seguradoras locais, munidas de equipes especializadas para calcular o preço do seguro segundo o perfil de cada cliente", afirma Christianne Baquette, diretora de Vida e Previdência da Willis.

A Prudential, pioneira na venda de seguro individual sob medida no Brasil, elevou para R$ 30 milhões o valor de capital segurado para atrair clientes que buscavam valores elevados no exterior. "O capital segurado não pode ser um limitador para a formulação do conjunto de coberturas adequado à realidade de cada cliente", diz Thereza Moreno, diretora de atuarial e riscos da Prudential.

A demanda está aquecida, diz Bento Zanzini, diretor geral da área de pessoas da BB Mapfre. "O público de alta renda dificilmente é afetado pela variação de cenário. Mesmo que eles apertem o cinto, revisem o portfólio de investimentos e hábitos de compras, a demanda se mantém estável", afirma o executivo.

Christian Wellisch, da XP Corretora de Seguros, conta que a corretora identificou três públicos distintos para ofertar seguros de vida mais sofisticados. Ele divide seus clientes em "os que ainda não possuem o patrimônio desejado", "os que já possuem o patrimônio" e "os empresários que buscam liquidez para sucessão". Para aqueles que estão em busca da independência financeira e geralmente possuem entre 25 e 40 anos, o grande problema é o falecimento econômico precoce causado por invalidez, o que pode impedir o alcance do montante financeiro almejado. O produto mais indicado para este perfil é o seguro temporário, visto ter um custo mais acessível, possibilitando a acumulação de recursos em paralelo.

Os que já alcançaram a independência financeira e têm mais de 40 anos, em média, têm a necessidade de obter ativos líquidos de inventário, visto que os bens líquidos e imobilizados adquiridos em vida entram neste processo, quando há o falecimento, ao qual é necessário arcar com custos de ITCMD (Imposto de Transmissão Causas Mortis de Doação) e honorários advocatícios.

Uma simulação mostra o impacto financeiro. Um executivo de 50 anos, com patrimônio inventariável de R$ 10 milhões e residência em São Paulo, terá o inventário tributado em 4% (R$ 400 mil) e custos com advogados de 6% (R$ 600 mil). A dica de capital para o seguro de vida é R$ 1 milhão.

O seguro de vida pode ser também um veículo viabilizador de liquidez no momento do falecimento de um dos sócios, onde a empresa é a responsável pelo pagamento do seguro e também beneficiária. "A falta de caixa para recomprar as cotas, obrigando a tomada de crédito no mercado, aumentando assim os passivos, pode descapitalizar a empresa, ou mesmo ter que aceitar os herdeiros do sócio falecido no negócio enquanto criam fluxo de caixa", ressalta Leonardo Lourenço, superintendente de marketing da Mongeral Aegon.

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