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Seguro abrange de avião a brinquedo

Fonte: Valor Econômico

Por Denise Bueno | Para o Valor, de São Paulo

 Priscilla Magni, diretora de linhas patrimoniais da Chubb: já é possível ter brinquedos de luxo cobertos na apólice residencial, mesmo durante viagens
                   
Seguro para tacos de golfe? Tem. Verba para pagar um hotelzinho para o pet caso a residência tenha problemas com destelhamento? Tem. Relógio Rolex, coleção de bolsas e sapatos de grife, carro antigo, obras de artes, bicicleta, motos e outros serviços como nutricionista, babá, concierge, paisagistas entre outros fazem parte de uma lista de quase 60 itens ofertados pelas seguradoras nos seguros residência, barcos, jatos, vida e responsabilidade civil familiar desenhados para o público de alta renda.

Avessos a publicidade, os clientes com patrimônio acima de R$ 30 milhões são disputados por cerca de 15 seguradoras dispostas a investir em atendimento, produtos e serviços sofisticados. "Esse nível social não se importa com preço e sim com qualidade. Isso não quer dizer que compram a qualquer preço", diz Sérgio Barros, diretor de produto de automóvel do grupo BB e Mapfre, que atua com a linha completa para alta renda.

A filosofia por trás das vendas é que depois de anos construindo o patrimônio, os clientes de alta renda querem se manter como investidores e buscam formas de afastar qualquer risco que possa levá-los de volta a uma posição de tomador de crédito. Apenas uma ação judicial de danos causados a terceiros por um dos "brinquedo" de luxo poderia custar milhões de reais ou ser o suficiente para acabar com as economias poupadas. A recomendação é ter uma apólice guarda-chuva com todos os itens e mais uma camada extra de seguro para pagar por despesas extras com médicos, ações judiciais e outras despesas com terceiros

Segundo Nicholas Weiser, CEO da VIS Corretora, que tem uma diretoria exclusiva para atender alta renda, há novas seguradoras no segmento com produtos inovadores, tirando as tradicionais companhias da zona de conforto. Ele cita a Fairfax. A lista de cobertura da seguradora abrange aeronaves a jato, turboélices mono e bimotores, aeronaves a pistão bimotor e helicópteros turbinados. Entre os itens cobertos, guerra, sequestro e confisco, com ou sem a extensão para o país de registro da aeronave, bem como peças sobressalentes, despesas temporárias com aeronave substituta, despesas médico-hospitalares, emergência e primeiros-socorros, despesas com busca e salvamento, remoção de destroços e danos pessoais.

Além de atrair novos clientes para o mercado de seguros, os corretores buscam rever o pacote de seguros dos clientes. Dos que têm seguro, muitos acabam se surpreendendo com as coberturas novas e também com riscos ainda descobertos quando conversam com os profissionais do setor. "A alta do dólar é algo que deve ser observado, pois no segmento embarcações os valores geralmente são estipulados em reais e pode ser que fiquem defasados para repor o bem em caso de perda total", alerta Saint-Clair Pereira Lima, diretor técnico da Bradesco Auto/RE.

Apesar da queda na comercialização de carros zero quilômetro, o segmento de luxo segue crescendo e beneficia a venda de seguros, informa Jarbas Medeiros, gerente de ramos elementares da Porto Seguro, a maior seguradora de automóvel e de residência do país.

Já consolidada em automóveis, a Porto investe para crescer em residência. "O carro de colecionador e também a bicicleta, muitas acima de R$ 30 mil, são os itens com maior demanda", conta. Obras de arte podem ser incluídas até o valor de R$ 300 mil. Acima desse valor, as negociações são mais detalhadas. De um modo geral, quanto mais agilidade e comodidade um serviço proporciona, maior é o valor percebido pelo cliente. E, na equação para a alta renda, as seguradoras acrescentam o fator exclusividade, afirma Matias Ávila, vice-presidente comercial da SulAmerica.

Na Chubb, líder do segmento de alta renda, já é possível ter os brinquedos de luxo cobertos na apólice residencial mesmo em viagens, desde que a cobertura contratada seja "all risks", informa Priscilla Magni, diretora de linhas patrimoniais da seguradora americana. Poucas seguradoras cobrem os bens que estejam em trânsito. "Estamos avaliando incluir essa cláusula em nossas coberturas acessórias", diz Vilma Monteiro, da Liberty.

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