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Seguradoras melhoram sinistralidade e impulsionam resultado no trimestre

Fonte: DCI

São Paulo - As grandes seguradoras de capital nacional registraram uma trégua na sinistralidade de suas principais linhas e viram o lucro crescer no primeiro trimestre de 2015. Os ganhos também vieram impulsionados pelo resultado financeiro.

Juntas, Porto Seguro, SulAmérica, BB Seguridade, Bradesco Seguros e Itaú Seguridade lucraram R$ 3,27 bilhões nos três primeiros meses do ano, uma alta de 25,7% em relação ao primeiro trimestre do ano passado.

A Porto Seguro, cujo foco é o ramo de automóveis, registrou crescimento de 11,2% nos prêmios do setor, para R$ 2,15 bilhões, e uma queda de 3,5 pontos percentuais no índice de sinistralidade, para 57%, ambos na comparação com o início de 2014.

Já a SulAmérica, que tem atuação direcionada para os planos de saúde, anotou faturamento de R$ 3,58 bilhões com prêmios no segmento, alta de 15,2%, e queda de 0,8 ponto na sinistralidade, que encerrou março em 84,4%.

Entre braços seguradores dos bancos, a Itaú Seguridade anotou queda de 2 pontos na sinistralidade do que chama de "atividades de foco" - que inclui os segmentos massificados de pessoas, patrimoniais, prestamista, previdência e capitalização - e avanço de 13,3% nos prêmios deste grupo de produtos.

Na Bradesco Seguros, o aumento de 2,4 pontos do índice de sinistralidade do segmento de saúde, para 84,7%, foi compensado pelo crescimento de 19,6% nos prêmios, que somaram R$ 4,48 bilhões até março.

A BB Seguridade - controlada pelo Banco do Brasil e com participação da Mapfre - teve queda de 4,7 pontos em vida, habitacional e rural (32,8%) e alta de 3,8 pontos em automóvel e danos (59,5%). Os prêmios caíram 0,9% no primeiro grupo, para R$ 1,54 bilhão, e subiram 4,5% no segundo (R$ 2,12 bilhões até março).

Para Leonardo Bastos, coordenador do curso de Ciências Econômicas do Centro Universitário Newton Paiva, os números já refletem uma maior cautela em relação ao risco adotada pelas seguradoras, na esteira de estratégia usada pelos bancos, por conta do cenário macroeconômico.

"Dentro do cálculo atuarial [cálculo dos riscos e retorno dos segmentos de seguros], as carteiras de clientes que apresentavam risco muito grande, elas não fizeram questão de renovar", afirmou o especialista.

De acordo com ele, as companhias aumentam o preço das apólices para clientes com maior risco. "No caso de auto, as seguradoras buscam clientes sem histórico de sinistro, casados, maiores de 35 anos e com mais de 15 anos de carteira. Em vida, a conta é invertida: evitam pessoas com idade mais avançada", observou.

Resultado financeiro

Além de apresentarem bom resultado operacional (faturamento com comercialização e distribuição dos produtos), as seguradoras também registraram evolução com o resultado financeiro (juros que incidem sobre os ativos investidos), impulsionado pelo ciclo de altas da taxa básica (Selic).

Na Porto, os ganhos com aplicações anotaram alta de 26,8%, para R$ 443,8 milhões, e na SulAmérica, o resultado financeiro subiu para R$ 178,5 milhões, alta de 13,7%.

Na BB Seguridade, a parte financeira foi responsável por 31,1% do lucro líquido da companhia no primeiro trimestre de 2015, enquanto em 2014 a fatia foi de 26,8%.

A Itaú Seguridade viu seus ganhos financeiros com seguros, previdência e capitalização saltarem de R$ 175,7 milhões para R$ 211,5 milhões, alta de 20,3% na variação anual, e a Bradesco Seguros de R$ 1,01 bilhão para R$ 1,38 bilhão, avanço de 36,7%.

Segundo Bastos, os resultados das seguradoras devem seguir nessa linha (redução de riscos e ganhos com aplicações financeiras) ao longo de 2015 e parte de 2016.

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