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Itaú põe à venda área de seguro de vida em grupo

Fonte: O Estado de São Paulo

O Itaú Unibanco deu sequência à reestruturação da sua área de seguros e colocou à venda a operação de vida em grupo de cerca de R$ 600 milhões em prêmios, conforme apurou o ‘Broadcast’, serviço em tempo real da ‘Agência Estado’. Diferentemente de quando se desfez da carteira de grandes riscos, há oito meses, desta vez o grupo de seguradoras é mais seleto e apenas cinco companhias foram convidadas para participar do processo que inclui ainda o restante da operação de garantia estendida, a Garantec.

Além das japonesas Yasuda Marítima e Tokio Marine, a francesa Axa, a norte-americana MetLife e a suíça Zurich também teriam sido comunicadas sobre o processo e têm até o fim de junho para enviar suas propostas. Nos lances, deve ser considerado também o restante da carteira de garantia estendida que conta com somente 11 contratos que somam cerca de R$ 30 milhões em prêmios. O grosso dessa operação vinha da Via Varejo, cujo contrato teve rescisão antecipada em outubro último e passou para a Zurich.

A expectativa do Itaú, segundo executivos de mercado, é obter duas vezes o valor patrimonial da carteira de vida em grupo, de Rg 180 milhões. Os R$ 360 milhões pretendidos, conforme fonte, que equivale a metade do faturamento, é, porém, superior ao que alguns players poderiam estar dispostos a pagar pelo ativo. A melhor proposta levará uma seguradora a negociar por um período de exclusividade o ativo para o processo de due diligence (investigação e auditoria das informações)

Em jogo estão apenas apólices vendidas por corretores. A maior delas é o contrato de seguro de vida da Marinha do Brasil, segundo fonte. A produção das agências, que enche os olhos de qualquer player do mercado, não está na conta uma vez que faz parte da estratégia do Itaú de atuar em seguros somente em bancassurance (canais bancários). E o entendimento de executivos ouvidos pelo Broadcast é de que os contratos via corretor podem ser mais difíceis de serem renovados quando a carteira mudar de mãos.

Esse risco também foi considerado na venda da carteira de seguro de grandes riscos. Não impediu, contudo, o Itaú de obter quatro vezes o valor patrimonial da operação, como diz uma fonte. Após meses de negociações, o banco vendeu a carteira para a Ace por R$ 1,5 bilhão. Agora, atentam fontes, pode ser diferente já que na venda de grandes riscos o ativo representava a liderança neste segmento.

As seguradoras convidadas, porém, foram escolhidas a dedo. Além de apetite, têm capital de sobra para aquisições no Brasil. Para uma fonte, a Axa é uma forte candidata a levar o ativo após ter perdido a disputa pela carteira de grandes riscos do Itaú. Como está começando do zero no Brasil, em sua segunda investida no País, aquisições ajudariam a acelerar seu crescimento. Na semana passada a Axa anunciou a compra da carteira de grandes riscos da SulAmérica por R$ 135 milhões.

Philippe Rocard, CEO da Axa Corporate Solutions, disse, ao Broadcast, que a companhia não está interessada em aquisições no curto prazo. Afirmou, contudo, que os franceses têm uma visão de longo prazo para o Brasil.

A venda de novas carteiras de seguros por parte do Itaú já era esperada. Isso porque o banco tem executado no segmento de seguridade a mesma estratégia que adotou em crédito, priorizando áreas de menor risco. “Grandes riscos e garantia estendida dão muito trabalho, muito risco e pouco resultado”, disse Roberto Setubal, presidente executivo do Itaú, em reunião com analistas e investidores, no final do ano passado.

O banco deve sair ainda do consórcio do seguro obrigatório, o DPVAT. Especula-se também a possibilidade de a instituição vender parte ou toda a participação que detém no ressegurador IRB Brasil Re, de cerca de 15%, que prepara uma bilionária abertura de capital para os próximos meses. Procurado, o Itaú Unibanco não comentou. As seguradoras que teriam sido convidadas para participar do processo também não comentaram. A assessoria de imprensa da Tokio informou que os executivos da empresa não foram localizados até o fechamento da matéria.

Preço: R$ 360 mi – é quanto, segundo fontes, o Itaú pretende obter com a venda da carteira. Cifra equivale a duas vezes o valor patrimonial

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