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Continua baixa a procura por proteção de residências

Fonte: Valor Econômico

Por Rejane Aguiar

Os dados mais recentes do IBGE mostram que o Brasil tem 68 milhões de domicílios. O mercado segurador estima que existam 9,1 milhões de apólices de seguro residencial, o que significa que apenas 13,3% das habitações contam com algum tipo de proteção. Percepção de risco limitada e a ideia de que o seguro da residência é caro (baseada em analogia equivocada com o seguro do carro) ajudam a explicar o baixo percentual.

As seguradoras veem um grande potencial para o mercado. "A penetração do seguro residencial continua pequena, mas tem crescido constantemente. Há alguns anos, não chegava a 10%", observa o superintendente de ramos elementares da Porto Seguro, Jarbas Medeiros.

Pesquisa da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) evidencia a concentração regional. Enquanto no Sudeste 20,5% das moradias têm seguro, na região Norte o percentual fica em 3,07%. Por unidade da federação a diferença também é gritante: a penetração no Distrito Federal é de 20,48% e no Maranhão não passa de 2%. A explicação para as diferenças está na renda em cada região. No país, o valor médio do prêmio é de R$ 250 por ano - pode não ser caro para um morador de Brasília, mas tende a ser inviável para o dono de um imóvel no Maranhão.

Contornar as disparidades regionais, convencer as pessoas de que o preço do seguro residencial nada tem a ver com o valor do seguro do carro e mostrar as vantagens dos serviços de assistência estão entre os desafios que as seguradoras encaram para ampliar as vendas. "Precisamos fazer as pessoas perceberem que o seguro residencial é um produto com excelente custo-benefício. Com um investimento muito baixo é possível evitar despesas com imprevistos: o gasto por ano com esse tipo de apólice normalmente é uma fração do valor mensal de um condomínio, por exemplo", diz Danilo Silveira, superintendente-executivo de seguros tradicionais do Grupo BB e Mapfre.

As seguradas oferecerem cada vez mais as coberturas oferecidas. Ao lado das tradicionais contra roubo, incêndio, danos elétricos e impacto de veículos automotores ou aeronaves, o mercado oferece proteção de equipamentos usados para trabalho na residência (produto criado com o objetivo principal de atrair os milhões de brasileiros hoje microempreendedores individuais) e para problemas de responsabilidade civil.

A cobertura de responsabilidade civil destaca-se entre as ofertas das seguradoras. Ela prevê indenização em uma série de situações chatas, mesmo que ocorram fora do domicílio: se alguém da família quebra cristais em uma loja, se o cachorro morde o carteiro, se um vazamento no banheiro alaga o apartamento de baixo... Vale lembrar que todas as coberturas podem ser contratadas para imóveis de residência habitual e para casas e apartamentos de veraneio, e que há produtos específicos para clientes de alta renda para obras de arte, joias e carros de colecionador.

As empresas apostam ainda nos serviços de assistência residencial, um atrativo das apólices. Elas montaram uma rede de prestadores de serviços, que ficam a postos para atender as pequenas ocorrências domésticas (chuveiro queimado, pia vazando, chave perdida, computador travado, geladeira quebrada etc). Os serviços são divididos em categorias, dos mais elementares aos mais sofisticados. Nos planos premium, chega a ser possível agendar um check-up de uma casa na praia antes das férias.



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